Londres – Uma mamãe gambá levando um filhote na bolsa enquanto devora uma cigarra, um macaco cavalgando um cervo e os últimos momentos de um elefante atropelado por um trem estão entre as melhores fotos selecionadas pelo júri do prêmio Fotógrafo da Vida Selvagem do Ano do Museu de História Natural de Londres.

Esta é a 59ª edição do concurso, que bateu um recorde com 49.957 inscrições de fotógrafos de todas as idades de 95 países. Os vencedores serão anunciados em outubro, quando uma exposição com os melhores trabalhos será inaugurada. 

Doug Gurr, Diretor do Museu, afirma: “Estamos enfrentando crises urgentes de biodiversidade e climáticas, e a fotografia é um poderoso catalisador de mudança.”

Veja a seleção de fotos da vida selvagem do prêmio do Museu de História Natural 

Lanche da mamãe gambá

A mamãe gambá com o filhote bem acomodado devora avidamente uma cigarra no parapeito da janela da varanda da casa da fotógrafa, em Malanda, Queensland, na Austrália. 

Foto: Caitlin Henderson / Wildlife Photographer of the Year

Este marsupial noturno, nativo da Austrália, é difundido no país. Suas garras longas e afiadas foram feitas para viver nas árvores, mas ele se adaptou facilmente aos ambientes urbanos e entrou em conflito com os humanos.


Rodeio na floresta

A foto mostra uma interação incomum, com um macaco cavalgando um cervo na ilha de Yakushima, em Kagoshima, no Japão.

Usando um galho como trampolim, um jovem macaco surpreendeu o cervo, montando em suas costas. Rodeios de cervos pelos macacos em Yakushima são raros, mas não inéditos.

Foto: Atsuyuki Ohshima / Wildlife Photographer of the Year

Macacos machos jovens foram vistos sobre cervos fêmeas, tentando acasalar com elas. No caso da foto, porém, o macaco era uma fêmea jovem, parecendo apenas estar aproveitando um passeio grátis.


Luta até a morte

A imagem mostra os momentos finais de um elefante atropelado por um trem ao atravessar a ferrovia que passa pelo Parque Nacional Lopé, no Gabão. A colisão quebrou o quadril do elefante, que por isso teve que ser sacrificado.

Na foto, ele borrifa água contra um espectador que tentava cortar sua tromba. 

Foto: Jasper Doest / Wildlife Photographer of the Year

Apesar dos esforços do diretor do parque para fazer com que a companhia ferroviária diminua a velocidade dos comboios, ocorrem cerca de 20 colisões com elefantes todo ano. 

Os trens transportam manganês da mina de Moanda, que detém 25% das reservas conhecidas, e é utilizado na produção de ferro e aço.


Galeirão no gelo

Do tamanho de um pato, o galeirão é facilmente identificável pela plumagem negra, que contrasta com o bico e a placa frontal da cabeça brancos.

Na imagem, captada em Dalian, na província de Liaoning, na China, o fotógrafo Zhai Zeyu esperou Zhai esperou no frio, observando os galeirões enquanto eles tentavam atravessar um lago congelado.

Foto: Zhai Zeyu / Wildlife Photographer of the Year

 Este galeirão flagrado caminhando sobre o gelo estava em busca de comida e foi recompensado pelo esforço. Os galeirões estão entre as aves mais difundidas, com uma distribuição que se estende pela Europa e Ásia e pelo Norte de África e Austrália.

Eles exigem grandes áreas de águas abertas com cobertura próxima para nidificar, e as populações podem ser afetadas quando seu habitat é perturbado por humanos.

Abelha-Pedreira trabalhando

A Abelha-pedreira bicolor constrói o telhado de seu ninho, que é sempre construído em conchas vazias de caracol. A foto foi tirada por Solvin Zankl, perto de Witzenhausen, em Hesse, na Alemanha.

Para voltar ao ninho, a abelha memoriza pontos de referência ao redor. A fim de não interferir nesse processo, o fotógrafo aproximava seu equipamento ao ninho cada vez que ela saía. Depois de duas horas, a abelha estava usando a câmera como ponto de referência.

Foto: Solvin Zankl / Wildlife Photographer of the Year

Esse tipo de abelha usa cascas de caracóis para postura de ovos. Embalam a casca com pólen e néctar antes de depositar suas larvas e depois a selam com grama e saliva pegajosa. Os humanos às vezes consideram os caracóis uma praga, mas esta espécie não poderia sobreviver sem eles.


A passarela

O momento de contato visual entre o leopardo e o fotógrafo aconteceu num rio da Reserva Nacional Maasai Mara, em Narok, no Quênia. Shashwat visitava a reserva quando soube que um leopardo havia sido avistado nas proximidades.

Depois de passar muitas horas num veículo procurando, o encontro esperado aconteceu.

Foto: Shashwat Harish / Wildlife Photographer of the Year

 Os leopardos são os menores dos grandes felinos e são frequentemente vistos perto da água na reserva Maasai Mara. O número da população está diminuindo devido à perda de habitat, à caça e à diminuição da quantidade de suas presas.


Morte à espera

O peixe stargazer permanece escondido e à espreita debaixo do solo arenoso nas águas costeiras do Mediterrâneo, perto de Rijeka, na Croácia.

Combinando a luz concentrada do flash, uma velocidade lenta do obturador e o movimento de sua câmera, o fotógrafo conseguiu um efeito assustador para demonstrar o tamanho da ameaça através da cortina de água azul-turquesa.

Foto: Pietro Formis / Wildlife Photographer of the Year

Esse peixe é um predador de emboscada. Ele se enterra na areia contorcendo o corpo até ficar invisível, exceto pelos olhos e dentes, e então fica à espreita de pequenos peixes e invertebrados.

O seu habitat costeiro está sob pressão da erosão e da poluição, e tem sido frequentemente pescado como captura acidental.


O rosto dos perseguidos

Uma raposa se esconde dentro de uma toca improvisada numa caixa em um centro de reabilitação inglês, com ferimentos no rosto causados provavemente por cães.

A imagem captada em Kent, na Inglaterra, faz parte de um projeto do fotógrafo que já dura nove anos e busca demonstrar a complexa relação que os britânicos têm com a raposa vermelha. 

Foto: Neil Aldridge / Wildlife Photographer of the Year

Desde 2005, tanto na Inglaterra como no País de Gales, é ilegal envenenar raposas, bloquear ou destruir trincheiras ou usar cães para caçá-las. Os ferimentos sofridos pela raposa da foto foram provavelmente infligidos por cães utilizados ilegalmente para expulsá-la de sua toca original.


Filhote de guerra

A imagem selecionada pelo júri do prêmio de fotos da vida selvagem do Museu de História Natural registra o momento em que a equipe do Poznan Zoo, da Polônia, abre a caixa de transporte de um filhote de tigre resgatado dos campos de batalha da Ucrânia.

Faz parte de um projeto do fotógrafo para documentar a evacuação dos animais vítimas da guerra, incluindo animais selvagens de propriedade privada, depois que ele presenciou o primeiro resgate.

Foto: Michal Siarek / Wildlife Photographer of the Year

 “Aquela noite me mudou”, diz ele. ‘Ouvir o grito de um leão ainda no caminhão me fez decidir ajudar na próxima evacuação.’ Muitos dos animais foram resgatados de focos de combate no leste da Ucrânia em 2022.

Na fronteira com a Polónia, os animais foram levados para serem recuperados no Zoológico de Poznań, para dali seguirem para santuários na Europa. Desde então, mais de 200 animais foram salvos.


Bisão da neve

O detalhe de um bisão levantando flocos de neve enquanto corre no campo gelado foi obtido no Parque Nacional de Yellowstone, em Wyoming, nos Estados Unidos.

O fotógrafo fazia uma visita dirigindo pelo local quando avistou um rebanho descendo a colina em direção à estrada. Parou o veículo para dar passagem aos animais, o que deu tempo para enquadrar bem o bisão e criar esta composição original. 

Foto: Max Waugh / Wildlife Photographer of the Year

Antes abundantes na maior parte da América do Norte, os bisões foram caçados até quase a extinção no final do século XIX. Sua quantidade vem aumentando lentamente, mas estão confinados a populações dependentes da gestão da conservação e limitados por mudanças no uso e propriedade da terra.


Prêmio conquistado

Um pescador puxa pela areia da praia o peixe capturado durante a noite até o caminhão que aguarda o resultado da pescaria no início da manhã. O fotógrafo passou dias observando os pescadores trazerem o pescado para a costa de Puerto López, na província de Manabí, no Equador. A

Foto: Jef Pattyn / Wildlife Photographer of the Year

 pesca artesanal oferece oportunidades de emprego para as pessoas que vivem nas águas do Pacífico Oriental do Equador. Isto é de pequena escala em comparação com a pesca em escala industrial realizada pelas frotas internacionais.

No entanto, a pesca artesanal ainda tem impacto, uma vez que os mamíferos marinhos podem ficar enredados nas redes.


Aves de Fogo

A imagem mostra duas cegonhas em meio a um calor tremeluzente provocado por um incêndio controlado no solo queimado. Tal como a fotógrafa tinha previsto, pouco depois de o fogo controlado ter sido aceso numa área da reserva de Maasai Mara, no Quénia, chegaram centenas de aves.

Mantendo uma distância segura do fogo, elas avançam para a linha de frente em busca de presas fáceis.

Foto: Elza Friedländer / Wildlife Photographer of the Year

Os incêndios controlados são uma forma comum, embora controversa, de gerir pastagens para controlar a propagação de matas. Esta pode ser uma tática perigosa, especialmente em tempos de seca, quando o fogo se espalha facilmente.


Corrida pela vida

A imagem mostra um leopardo da neve prestes a abocanhar um gato de Pallas, o que aconteceu em menos de um minuto depois desse clique. As duas espécies estão bem camufladas com os tons das rochas e são difíceis de ver a qualquer momento, muito menos juntas.

Foto: Donglin Zhou / Wildlife Photographer of the Year

Embora grandes aves de rapina e lobos sejam conhecidos por caçar gatos de Pallas, é raro vê-los caçados por leopardos da neve como aconteceu neste flagrante registrado em Gayi, na província de Sichuan, na China. 


A foca desaparecida

Uma foca-monge do Mediterrâneo parece desaparecer em meio aos reflexos nas águas rasas do litoral da Grécia, fazendo alusão ao risco do desaparecimento total da espécie.

Esse tipo de foca é um dos mamíferos mais ameaçados da Terra devido à caça histórica e à invasão humana em seu habitat.

Foto: Bruno D’Amicis / Wildlife Photographer of the Year

Depois de deslizar pelas águas rasas diante do fotógrafo, ela entrou em uma caverna abaixo. Antigamente, as focas-monge do Mediterrâneo descansavam em praias abertas, mas a maioria agora busca a segurança das cavernas.


Conexões de corais

A biodiversidade de um recife de coral saudável fica patente nesta imagem, captada no Estreito de Lembeh, Sulawesi do Norte, na Indonésia. 

Para capturar cores vibrantes e contrastantes, o fotógrafo precisou manter-se firme na corrente marinha, para obter uma exposição longa o suficiente.

Foto: Alex Mustard / Wildlife Photographer of the Year

 Os recifes de coral suportam uma diversidade de espécies interligadas, mas estão em risco devido ao aquecimento dos mares devido às alterações climáticas.


Magia de cogumelo

Redemoinhos de esporos parecem dançar sob as guelras de um cogumelo fotografado no Monte Olimpo, em Pieria, na Grécia, na imagem destacada pelo júri do concurso de fotos da vida selvagem.

Com a intenção de revelar a magia da dispersão de esporos, o fotógrafo montou barreiras para minimizar o fluxo de ar, posicionou um refletor e inclinou sua câmera para destacar essa ação de poeira etérea, muitas vezes imperceptível sem a devida iluminação.

Foto: Agorastos Papatsanis / Wildlife Photographer of the Year

 Bilhões desses minúsculos esporos em forma de ovo são dispersos pelas correntes de ar. Esse tipo de cogumelo, que faz apodrecer a madeira, surge com mais frequência nos tocos e galhos caídos de árvores de folhas largas.