A imagem de um delicado náutilo aproveitando o apoio de um detrito para flutuar em meio aos reflexos provocados por sedimentos de uma erupção vulcânica nas Filipinas foi eleita a melhor do ano no concurso de fotografia oceânica promovido anualmente pela Oceanographic Magazine.
A foto do molusco se sobressaiu em meio a milhares de outras imagens subaquáticas, costeiras ou captadas por drones em diversos pontos no planeta, incluindo o Brasil. Um boto cor-de-rosa fotografado no Rio Negro ficou em terceiro lugar na categoria portfólio.
O melhor da fotografia oceânica em 2023
O concurso de fotografia oceânica tem como missão mostrar a beleza do oceano e as ameaças que ele enfrenta, premiando imagens em nove categorias.
O título de Fotógrafo Oceânico do Ano ficou com um biólogo marinho e fotógrafo amador de 25 anos. Ele tirou a foto do náutilo em um mergulho noturno após uma erupção vulcânica nas Filipinas.
O campeão conta que se tornou obcecado por fotografar em águas negras depois de aprender sobre a migração vertical diária, quando o zooplâncton se move das profundezas do oceano para a superfície à noite.
“Isso me atingiu como um raio. Descobri que o mar profundo estava ao meu alcance, bastando esperar para que viesse me encontrar. Essa constatação foi alucinante.”
O segundo lugar ficou com Andrei Savin, por sua foto de um caranguejo no centro de uma anêmona, enquanto é balançado pela corrente oceânica.
O pódio da competição de fotografia oceânica foi completado pela imagem de uma baleia com as barbatanas gravemente machucadas em virtude do emaranhamento com apetrechos de pesca. O flagrante, de Alvaro Herrero López-Beltrán, foi captado no México.
A melhor foto oceânica de esperança na categoria Conservação
A foto de um peixe-boi apreciando as águas cristalinas do rio Homosassa, na Flórida, nos Estados Unidos, foi a campeã da categoria Conservação com foco em “Esperança”.
A melhor foto oceânica de impacto da categoria Conservação
No foco Impacto da categoria Conservação, a vencedora foi a imagem de um filhote de urso polar enfrentando a fragilidade do derretimento do gelo em Svalbard, na Noruega.
A melhor foto oceânica de vida selvagem
A foto campeã na categoria de vida selvagem também foi captada nas Filipinas. Na imagem, a boca aberta de um peixe-lagarto revela sua última refeição.
A melhor foto na categoria Conexões Humanas
As cercas de pesca artesanal fixadas junto à costa na China são o foco da foto vencedora na categoria Conexões Humanas.
A melhor foto oceânica na categoria Aventura
Um arco-íris formado sobre o surfista que desafia a onda do famoso Banzai Pipeline de North Shore, no Havaí, foi o tema da imagem que ganhou na categoria Aventura.
A melhor foto oceânica na categoria Profundidade
Um marlin listrado caçando em meio a um cardume nas profundezas do mar junto à costa do México foi a foto vencedora entre as imagens subaquáticas.
- Foto: Merche Llobera / Fotógrafo Oceânico do Ano 2023
A melhor foto oceânica na categoria Belas Artes
Na categoria “Belas Artes” do concurso de fotografia oceânica a foto campeã foi a de um tubarão-baleia e sua comitiva de rêmoras, todos atraídos pelas luzes brilhantes dos pescadores, no mar das Maldivas.
A melhor foto oceânica de Jovem Fotógrafo
Entre os fotógrafos jovens, o vencedor do prêmio da Ocenographic Magazine foi Jarvis Smallman. Ele ganhou com a foto de um bodyboarder remando em direção ao mar na costa ocidental da Austrália, enquanto grandes nuvens de tempestade bloqueiam o sol e criam um efeito de cor azul elétrico na onda.
As melhores séries
Nessa categoria foram apontados os três melhores portfólios apresentados, compostos por no mínimo dez fotografias. O grande vencedor foi Sirachai Arunrugstichai.
Uma de suas fotos mostra uma arraia manta gigante (Mobula birostris) com grandes feridas abertas, enquanto restos de redes são vistas emaranhadas em seu corpo na Ilha Koh Bon, no Parque Nacional Mu Koh Similan, em Phang-nga, na Tailândia. Os mergulhadores retiraram a maior parte das redes.
O segundo lugar da categoria ficou com Renee Capozzola. Uma das fotos de seu portfólio premiado mostra o contato visual entre um cavalo-marinho espinhoso amarelo e um minúsculo camarão que faz parte de sua dieta.
A imagem foi feita em Dauin, nas Filipinas. A fotógrafa conta que o cavalo-marinho parecia estar examinando o camarão, esperando uma oportunidade para captará-lo, o que faz usando seu focinho alongado para sugar pequenos crustáceos.
As fotos vencedoras participarão de uma exposição que permanecerá cinco meses em cartaz no Museu Marítimo Nacional Australiano, em Sydney, a partir de novembro.
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