Londres – O ex-Twitter está enfrentando seu primeiro processo judicial pelo uso da marca X após o controvertido rebranding feito por Elon Musk em julho.
A agência de marketing em redes sociais X Social Media, com sede na Flórida (EUA) entrou nesta segunda-feira (2) com um processo judicial alegando deter a propriedade da marca, usada por ela desde 2016.
A X Social é especializada em serviços de comunicação para o setor jurídico. Sua logomarca usa a letra do alfabeto combinada com elementos do símbolo da Justiça, na cor azul do antigo Twitter, e o blog chama-se X.
Processo quer indenização do X, ex-Twitter
A ação foi movida pelo escritório de propriedade intelectual Gerben. A petição inicial sustenta que a adoção da marca X pelo ex-Twitter causou confusão no consumidor e perda de receita.
A agência diz ter investido mais de US$ 400 milhões em publicidade no Facebook para atrair clientes.
E afirma que esses investimentos foram comprometidos a partir do momento em que ” a X Corp exerceu sua influência nas mídias sociais, recursos de marketing e notoriedade nacional geral para dominar a percepção do consumidor sobre a marca ‘X’”.
No processo, a empresa diz que enviou em agosto um pedido de cessação e desistência à plataforma de mídia social em relação à mudança de nome, mas ele foi ignorado.
A X Social pede no processo uma indenização três vezes superior às perdas alegadas, e que o ex-Twitter pare de usar a marca X.
O risco de processos judiciais foi um dos problemas levantados por analistas da indústria de tecnologia quando Elon Musk surpreendeu o mundo anunciando o rebranding para o dia seguinte, já que há muitos registros com variações da letra X e para serviços ou produtos diversos.
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Por que a plataforma mudou para X
O bilionário é obcecado pela letra X, usada em suas outras empresas. E justificou o abandono de uma marca consagrada como parte de um plano para tornar a rede social um aplicativo de tudo, incluindo serviços financeiros.
A troca de nome foi feita de forma repentina, e aparentemente sem o planejamento que empresas costumam fazer antes de transformar sua marca, que inclui investigação sobre registros anteriores.
A legislação americana permite o registro de uma letra única como marca, e há centenas deles. No caso do X, até a Microsoft detém uma patente, solicitada para uma sala de chat da plataforma de games XBox em 2003.
As confusões que se seguiram ao rebranding, como a colocação de um letreiro luminoso na sede sem autorização da prefeitura de São Francisco, e que acabou removido, são sinais dessa falta de planejamento.
Outro foi a propriedade da conta X na plataforma. Ela pertencia a outro usuário, que foi gentilmente ‘convidado’ a abrir mão dela em favor da rede social.
Dando argumentos aos que acham que a troca de Twitter para X foi apenas um capricho, dois meses após a mudança não houve qualquer movimento do Twitter na direção de lançamentos alinhados à ideia de um super-app financeiro.
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