Londres – A cidade do Rio de Janeiro foi escolhida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura ) como Capital Mundial do Livro de 2025, em reconhecimento à sua tradição literária e artística. 

É a primeira vez que uma cidade de língua portuguesa é apontada pelo comitê consultivo responsável pela iniciativa. Acra, em Gana, é a capital mundial do livro de 2023. No ano que vem será a vez de Estrasburgo, na França. 

As cidades designadas como Capital Mundial do Livro pela Unesco comprometem-se a promover a literatura para todas as idades e grupos sociais, dentro e fora de suas fronteiras, e a organizar um programa de atividades para o ano.

O início das celebrações e eventos será em 23 de abril de 2025, quando se comemora o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor.

“Os livros são veículos vitais para promover a educação, a ciência, a cultura e a informação em todo o mundo. Graças a eles, mantemo-nos informados, entretidos e podemos compreender melhor o nosso mundo” disse a diretora-geral da Unesco, Audrey Azulay. 

Por que o Rio será Capital Mundial do Livro 

A Unesco e o comitê da Capital Mundial do Livro elogiaram a demonstração do Rio de Janeiro sobre a importância de seu patrimônio literário, “juntamente com uma visão e um plano de ação claramente definidos para promover a literatura, a publicação sustentável e a leitura entre os jovens que utilizam as tecnologias digitais”. 

Em linha com as prioridades expressas na Carta da Capital Mundial do Livro, segundo a Unesco, o Rio de Janeiro concebeu sua candidatura fundamentada na capacidade de a literatura afetar a mudança social – através, por exemplo, da alfabetização, da educação e da erradicação da pobreza – e trazer benefícios econômicos ligados aos objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. 

A tradição literária do Rio de Janeiro é histórica e remonta aos tempos do império e da colonização portuguesa. A Biblioteca Nacional, considerada pela Unesco uma das 10 maiores do mundo e a maior da América Latina, foi fundada em 1810.

Em 1837 um grupo de 43 imigrantes e refugiados portugueses criou o Gabinete Português de Leitura, para difundir a cultura entre a comunidade, que virou um importante monumento por sua beleza e acervo. 

 A Academia Brasileira de Letras, que também funciona na cidade, nasceu em 1897 tendo como um dos fundadores o escritor carioca Machado de Assis. 

Como vai ser a programação no Rio 

Segundo a Unesco, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, criou um Comitê responsável pela coordenação das ações ligadas aos eventos da Capital Mundial do Livro na Cidade, que contará com a participação de representantes de diversos segmentos.

Entre as ações propostas pela cidade para as celebrações está a modernização e requalificação da rede municipal de bibliotecas e salas de leitura, com investimento de mais de R$ 16 milhões.

Foi proposta a expansão da Bienal com uma experiência inovadora e de multimídia e a criação do Congresso de Literatura Latino-Americano, proporcionando um espaço de encontro para profissionais do mercado literário.

Também está prevista uma edição da “Noite dos Livros”, com 24 horas de palestras, competições, apresentações musicais, atividades infantis, workshops de teatro e mesas-redondas literárias.

Além das iniciativas propostas no dossiê da candidatura, a Prefeitura do Rio disse que vai fomentar outras ações em parceria com a sociedade civil e instituições privadas, estabelecendo um calendário de atividades para os próximos anos.

A cidade deve promover um concurso para designers a fim de selecionar a marca que será o símbolo do evento no Rio em 2025.

Outras cidades já escolhidas pela Unesco 

O Rio de Janeiro será a 25ª Capital Mundial do Livro.

As outras escolhidas desde que a iniciativa foi criada foram Madri (2001), Alexandria (2002), Nova Delhi (2003), Antuérpia (2004), Montreal (2005), Turim (2006), Bogotá (2006). 2007), Amsterdã (2008), Beirute (2009), Liubliana (2010), Buenos Aires (2011), Erevan (2012), Bangkok (2013), Port Harcourt (2014), Incheon (2015), Wroclaw (2016), Conacri (2017), Atenas (2018), Sharjah, (2019), Kuala Lumpur (2020), Tbilisi (2021), Guadalajara (2022), Acra (2023) e Estrasburgo (2024).

O Comitê Consultivo da Capital Mundial do Livro é composto por representantes da Federação Europeia e Internacional de Livreiros (EIBF), do Fórum Internacional de Autores (IAF), da Federação Internacional de Associações de Bibliotecas (IFLA), da Associação Internacional de Editores (IPA) e da Unesco.