A Fundação Gabo está com inscrições abertas para a 5ª edição do programa de anual de bolsas para jornalistas Fundo de Investigação e Novas Narrativas sobre Drogas, em parceria com a Open Society Foundations (OSF).
Serão concedidas no máximo 14 bolsas com valores entre US$ 3,5 mil ( R$ 17 mil) a US$ 5 mil (RS$ 24,5 mil) para o desenvolvimento de projetos de investigação jornalística na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
Os escolhidos terão três meses para realizar o projeto e contarão com mentoria dos organizadores.
Novas narrativas sobre drogas
A Fundação Gabo explica que as novas narrativas sobre drogas devem abordar por meio das histórias das comunidades o que a palavra droga representa em suas vidas, as consequências delas, como, por exemplo, a proibição e o controle de seus territórios.
“É uma apuração que tem que ser feita sempre a partir de uma perspectiva humana, que contemple as variáveis econômicas, culturais, sociais ou históricas transversais aos direitos humanos.”
Serão priorizadas propostas que estejam dentro das seguintes linhas temáticas:
- Saúde pública: redução de riscos e danos, criminalização e regulamentação, uso problemático de drogas e tratamento, impactos e resultados da legislação sobre usuários de substâncias psicoativas criminalizadas
- Direitos humanos: impactos da guerra às drogas em minorias, mercados urbanos de drogas (microtráfico), prisões, repressão e militarização, governança e narcopolítica, raça e migração
- Gênero: vulnerabilidade e estigmatização, vitimização, pobreza e marginalização, empoderamento
- Meio ambiente: efeitos da guerra contra as drogas nos ecossistemas ambientais, desmatamento, poluição e conflitos ambientais, bem como culturas ilícitas, produtores, desenvolvimento rural, conflitos armados, economias ilegais e erradicação de culturas
- Guerra às drogas: impacto sobre a saúde, o desenvolvimento humano, a soberania territorial, e os recursos naturais; impacto da violência estatal ou privada sobre a educação, a saúde e/ou o desenvolvimento humano.
- Inovação e soluções de políticas públicas sobre a questão das drogas: relacionadas, por exemplo, à cobertura de temas como a regulamentação da cannabis, usos alternativos da folha de coca e espaços de consumo supervisionado
Bolsas para jornalistas em quatro categorias
As bolsas serão oferecidas a jornalistas que desenvolvam projetos em quatro categorias:
- Jornalismo local: aplica-se a propostas jornalísticas de âmbito estadual, municipal ou hiperlocal e mídia comunitária ou regional. O projeto apresentado deve se concentrar na dinâmica que afeta as regiões onde os jornalistas vivem e/ou trabalham, e será dada prioridade a projetos fora de capitais que incluam uma abordagem de jornalismo de soluções.
- Novos formatos: referem-se a formatos que ajudam a comunicar os resultados do jornalismo investigativo de maneiras inovadoras. Por exemplo: documentários multimídia, editoriais em vídeo, sátira jornalística, scrollytelling e outras narrativas jornalísticas não tradicionais.
- Jornalismo colaborativo e transnacional: serão considerados os projetos que promovam o jornalismo colaborativo, especialmente aqueles que envolvam parcerias entre jornalistas que trabalham em capitais e repórteres e pesquisadores locais, ou membros de mídia comunitária ou regional, bem como coletivos de comunicação.
- Jornalismo investigativo: a inscrição deve conter uma hipótese e proposta de pesquisa e um plano a ser desenvolvido para levantar o tema.
Leia também | Equador: jornalistas fogem do país sob ameaça da máfia albanesa
Como concorrer ao subsídio
Os jornalistas interessados na bolsa devem preencher o formulário de inscrição na plataforma da Fundação Gabo, descrevendo a proposta, o formato, o cronograma e o orçamento do projeto.
O edital pede ainda um texto sobre o impacto da guerra às drogas em seu país, cidade ou região, além de amostras de trabalhos publicados (não necessariamente sobre drogas).
Candidatos vinculados a um um meio de comunicação devem anexar uma carta expressando o compromisso do veículo de publicar a reportagem realizada com auxílio da bolsa. Freelancers deverão preencher um formulário.
Informações detalhadas e o formulário de inscrições podem ser encontrados aqui
Leia também | Jornalismo comunitário e cidadão no México é mais mortal do que censura, mostra livro