Londres – O Ministro das Comunicaรงรตes de Israel, Shlomo Karhi, propรดs uma resoluรงรฃo governamental para suspender qualquer publicidade estatal, assinaturas ou outras ligaรงรตes comerciais com o jornal de esquerda Haaretz, sob a alegaรงรฃo de โ€œpropaganda derrotista e falsa durante a guerraโ€, provocando protestos pelo ato visto como tentativa de censura. 

A proposta รฉ a primeira medida contra um meio de comunicaรงรฃo de Israel desde o ataque do grupo Hamas, em 7 de outubro.

No dia 20 de outubro, o governo israelense anunciou um regulamento de emergรชncia com normas para a proibiรงรฃo temporรกria a veรญculos de imprensa que, na visรฃo das autoridades, comprometessem a seguranรงa nacional, visto como uma forma de censurar meios รกrabes, principalmente a rede de TV Al Jazeera, controlada pelo governo do Catar. 

Censura de Israel a meios estrangeiros 

No entanto, o primeiro alvo da medida acabou sendo o canal de televisรฃo libanรชs Al Mayadeen, cujo acesso foi bloqueado em em Israel e nos territรณrios palestinos ocupados, por โ€œservir os interesses dos inimigos de Israel e prejudicar a seguranรงa nacionalโ€, segundo Karhi.

A Al Jazeera pode ter sido poupada porque o Catar ajudou a negociar o acordo de libertaรงรฃo de refรฉns. 

O Haaretz รฉ um jornal de oposiรงรฃo ao governo de Benjamin Netanyahu, com ediรงรตes em hebraico e em inglรชs. 

Em uyma carta dirigida ao Secretรกrio de Gabinete da presidรชncia, o ministro Karhi denunciou a posiรงรฃo do Haaretz sobre a guerra e chamou o jornal diรกrio de โ€œum porta-voz inflamado dos inimigos de Israelโ€.

Apรณs a proposta de sanรงรตes financeiras, o editor do jornal, Amos Schoken, disse : โ€œse o governo quer fechar o Haaretz, isso significa que รฉ hora de ler o Haaretzโ€.

A Federaรงรฃo Internacional de Jornalistas (FIJ) estรก entre as organizaรงรตes que protestaram contra a medida, cobrando “o fim das restriรงรตes ร  liberdade de imprensa em Israel, que afeta o pluralismo da mรญdia e direito do pรบblico ร  informaรงรฃo”.