Londres – O jornalista palestino Diaa Al-Kahlou, correspondente do jornal árabe Al-Araby Al Jadeed, sediado em Londres, está entre os presos pelo exército de Israel na quinta-feira (7) em Gaza. Ele seria um dos que aparece em um vídeo exibido pela TV israelense, mostrando supostos integrantes do grupo Hamas sentados no chão seminus, que despertou indignação pelo mundo. 

Al-Kahlou foi capturado na área de Al-Souk em Beit Lahya, uma cidade no norte de Gaza, junto com familiares,  de acordo com um comunicado do meio de comunicação e de veículos de mídia internacionais. 

O Al-Araby Al-Jadeed é um meio estatal do Catar, e um dos poucos da comunidade árabe que ainda tem presença física no norte de Gaza após o início da guerra, segundo o Comitê de Proteção a Jornalistas. 

“Estamos profundamente preocupados ”, disse o coordenador do CPJ para o Oriente Médio e Norte da África, Sherif Mansour.

“O exército israelense deve divulgar a sua localização, libertá-lo imediatamente e tomar medidas para garantir a segurança de todos os jornalistas que cobrem esta guerra, especialmente aqueles em Gaza, que enfrentam danos iminentes.”

Família informou que jornalista havia sido preso em Gaza 

O Al-Araby Al-Jadeed informou que perdeu a comunicação com Al-Kahlout por volta do meio-dia de 7 de dezembro e mais tarde soube de sua prisão por meio de sua família.

Al-Kahlout foi preso sob a mira de uma arma e forçado a deixar sua filha deficiente para trás, informou seu meio de comunicação, acrescentando que soldados israelenses supostamente espancaram e despiram Al-Kahlout e os outros presos com ele. 

O vídeo mostrando os presos sentados no chão, rodeados por integrantes do exército de Israel, está sendo alvo de protestos por parte de organizações de defesa dos direitos humanos. Israel alega que os detidos são integrantes ou ligados ao Hamas. 

Vídeo de Israel mostra presos seminus em Gaza
Reprodução

O editor-chefe do Al-Araby Al-Jadeed, Hussam Kanafani, disse que o portal está trabalhando para localizar Al-Kahlout e garantir sua libertação, acusando Israel de deliberadamente “prender, alvejar e matar jornalistas” para impedir a documentação de crimes.

Desde o início da guerra, em 7 de Outubro, o CPJ documentou 18 detenções de jornalistas na Cisjordânia e um – Mosab Abu Toha, um colaborador palestino de vários meios de comunicação – em Gaza.

O CPJ disse estar ainda está investigando relatos de detenções adicionais de três jornalistas em Gaza e vários relatos na Cisjordânia.

Até 7 de dezembro, as investigações do CPJ mostram que  pelo menos 63 jornalistas e profissionais da mídia estão entre os mais de 17 mil mortos desde o início da guerra Israel-Gaza, em 7 de outubro, com mais de  16 mil mortes nos territórios palestinos de Gaza e na Cisjordânia e cerca de 1.200  em Israel.