Londres – A Agência Nacional para a Prevenção da Corrupção da Ucrânia incluiu a rede de fast food Subway na lista de patrocinadores internacionais da Rússia na guerra com o país, medida que não tem efeitos práticos mas afeta a reputação da marca e pode provocar reações dos que condenam a invasão. 

“Mais de 500 restaurantes da empresa continuam atuando no mercado agressor, pagando centenas de milhares de dólares em impostos à Federação Russa”, disse o órgão em um comunicado, acrescentando que “a rede anuncia ativamente suas atividades por meio de redes sociais russas sancionadas e entrega alimentos por meio dos serviços Yandex, que cooperam com os órgãos estatais”.

Segundo a agência, a Subway afirma estar preocupada com a saúde dos consumidores, “mas continua a operar na Rússia, financiando os assassinatos de ucranianos”.

Subway é mais uma marca na lista de inimigos da Ucrânia na guerra 

Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, a agência estatal da Ucrânia vem listando empresas que a seu ver colaboram para gerar recursos empregados pelo governo de Vladimir Putin no conflito, atingindo a imagem de gigantes como Unilever, Procter & Gamble, Yves Rocher, Bonduelle, Nestlé, Bacardí e Leroy Merlin, entre outras. 

 Centenas de empresas internacionais abandonaram o mercado russo devido à guerra, mas a Subway está entre as que seguem operando no país. Sua rede na Rússia é a terceira maior da Europa, depois das operações na Grã-Bretanha e Alemanha. 

A NACP afirma que a Subway não reduziu suas operações no mercado russo, como outras marcas fizeram.

E discorda do argumento da empresa de que os pontos de venda no país são de propriedade de empresários locais (franqueados individuais ou master franqueados) e que por isso a corporação americana não teria como influenciar suas decisões. 

O comunicado da Ucrânia listando a Subway como patrocinadora da guerra aponta que em maio de 2022 os bancos russos começaram a bloquear royalties (pagamentos pela utilização de uma franquia), porque não estavam preparados para assumir a responsabilidade pelo processamento de pagamentos a um franqueador de um país “hostil” (os EUA).

Mas para contornar o problema, “o escritório de advocacia russo Nevsky IP LAW conduziu as análises necessárias dos contratos e da legislação de sanções da Federação Russa e encontrou mecanismos legais apropriados que permitem cobrar legalmente royalties dos franqueados e enviá-los para o endereço da holding”, afirma a NACP.

Como resultado,  segundo a agência, os bancos retomaram o processamento de pagamentos e os franqueados voltaram a pagar os royalties.

A agência também observa que o Subway divulga suas atividades na Rússia por meio das redes sociais VK e Odnoklassniki, de propriedade da VK Company LLC, alvo de sanções, e que também faz entregas pelo serviço Yandex.Food, controlado pelo grupo de empresas Yandex, “que coopera com agências governamentais e de aplicação da lei da Federação Russa”.

“Não houve tentativas por parte da administração da empresa de condenar a guerra da Rússia contra a Ucrânia”, diz o comunicado anunciando a inclusão da Subway na lista. 

A lista de empresas apontadas como patrocinadoras da Rússia na guerra com a Ucrânia é dominada por empresas chinesas (14). Em seguida aparecem marcas dos EUA (8), Alemanha e França (4)