Londres – O jornalista russo Sergey Mikhaylov, editor do jornal independente siberiano Listok, foi condenado a oito anos de prisão sob acusação de disseminar “notícias falsas” sobre o exército da Rússia relacionadas ao massacre em Bucha, um dos episódios mais sangrentos da guerra com a Ucrânia.
Mikhaylov, de 48 anos, foi detido em abril de 2022, menos de dois meses após a invasão do país pela Rússia.
De acordo com a sentença proferida na sexta-feira (30) por um tribunal municipal em Gorno-Altaysk, capital da república siberiana de Altai, ele também ficou proibido de trabalhar como jornalista e administrar sites por quatro anos após sua libertação.
Jornalista russo condenado sob a lei de ‘fake news’
Sergey Mikhaylov foi um dos primeiros jornalistas presos sob a lei de março de 2022 contra a publicação de “notícias falsas” sobre o exército após o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
O regulador estatal de mídia russo, Roskomnadzor, bloqueou o site do Listok em fevereiro de 2022, e as autoridades invadiram o escritório editorial do veículo e as casas de vários funcionários no dia de sua prisão.
Ele foi considerado culpado de disseminar “informações conscientemente falsas sobre o exército russo apresentadas como informações confiáveis”, por meio do canal Telegram e site do Listok, sobre o assassinato de civis e a destruição de infraestrutura civil em Bucha e outras cidades ucranianas.
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“A condenação do jornalista Sergey Mikhaylov a oito anos de prisão pelo que as autoridades russas rotulam como ‘notícias falsas’ é outro sinal do medo do Kremlin de que jornalistas digam a verdade sobre o massacre de civis de 2022 em Bucha ocupada pela Rússia”, disse Gulnoza Said, coordenadora do Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ) para a Europa e Ásia Central.
Mikhaylov, que segundo o CPJ planeja apelar da sentença, negou as acusações e disse ao tribunal que queria “revelar a verdade” sobre a guerra russo-ucraniana, proteger os russos da propaganda estatal e reduzir o número de vítimas de guerra
A Rússia é o quarto pior carcereiro de jornalistas do mundo, conforme o censo prisional mais recente do Comitê de Proteção a Jornalistas. Segundo a organização, havia pelo menos 22 jornalistas, incluindo Mikhaylov, na prisão em 1º de dezembro de 2023.
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