A ONG Vital Impacts está com inscrições abertas para financiar projetos que utilizem a fotografia como instrumento para contar histórias de soluções ambientais nas comunidades.
A Amazônia é um dos locais de interesse do programa, ao lado do noroeste da Ásia.
As inscrições estão abertas até 15 de setembro, com oferta de subvenções de US$ 5 mil para seis fotógrafos amadores e de US$ 20 mil para um fotógrafo profissional.
A Vital Impacts também está selecionando 10 fotógrafos emergentes para um programa de mentoria com o objetivo de aprimorar suas habilidades.
No ano passado os brasileiros Maíra Erlich, Rafael Villa e Edgar Kanaykõ Xakriabá foram escolhidos para a mentoria.
Ao final do trabalho, Edgar recebeu uma menção honrosa da Vital Impacts por seu registro da luta dos Xakariabás em defesa da natureza.
Fotografia de soluções ambientais nas próprias comunidades
A Vital Impacts foi fundada pela fotógrafa ambiental Ami Vitale, da National Geographic, e pela jornalista de ciência e documentarista Eileen Mignoni, com o objetivo de promover narrativas visuais relacionadas a esforços de conservação ambiental.
O financiamento para os projetos será concedido pela organização a fotógrafos profundamente incorporados em suas comunidades, que conheçam bem as questões ambientais relevantes no local e demonstrem paixão em documentá-las.
O objetivo do apoio é reforçar o jornalismo local. Não serão consideradas inscrições de fotógrafos fora da comunidade ou país.
Os escolhidos terão a oportunidade de trabalhar em seus projetos ao longo de doze meses, com orientação da Vital Impacts, documentando narrativas ambientais baseadas em soluções.
Já os selecionados para o programa de mentoria participarão de sessões individuais com especialistas do setor, fotógrafos renomados e editores de fotografia influentes, com o objetivo de capacitá-los em fotografia ambiental e incentivá-los a desenvolver um projeto para ser publicado.
As inscrições custam US$ 25, mas são gratuitas para os interessados de países em desenvolvimento, como o Brasil. Os interessados podem se inscrever aqui.
Premiados de 2023
No ano passado, dois fotógrafos profissionais receberam bolsas da Vital Impacts.
Um deles foi Musuk Nolte, de nacionalidades peruana e mexicana, que também é documentalista e editor. Seu trabalho transita entre a fotografia documental e a artística para abordar questões sociais, como a memória e a depredação ambiental.
O projeto desenvolvido ao longo de 12 meses documenta as práticas ancestrais de coleta de água das comunidades peruanas, mediante o plantio de arbustos queñual, a fim de diminuir os efeitos das mudanças climáticas e melhorar o acesso à água.
A outra premiada foi Tailyr Irvine, nascida e criada na Reserva Indígena Flathead, no oeste de Montana, nos Estados Unidos. Seu trabalho se concentra em fornecer representações aprofundadas das vidas e questões complexas nas diversas comunidades que compõem a América do Norte Nativa.
Seu projeto de 12 meses registra o retorno da posse de terras públicas às nações tribais – muitas das quais haviam sido tomadas ilegalmente.
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