De olho na expansรฃo do uso da inteligรชncia artificial (IA) , o Google assinou um acordo com a startup Kairos para fornecimento de energia nuclear aos seus data centers que hospedam os computadores usados em sistemas como o chatbot Gemini e em outras aplicaรงรตes da tecnologia.
A parceria expรตe uma preocupaรงรฃo que nรฃo รฉ exclusiva do Google. A crescente demanda de IA tambรฉm aumenta o consumo de energia. Por isso, empresas de tecnologia cada vez mais se interessam por fontes alternativas que ajudem a impulsionar seus sistemas com impactos reduzidos ao meio ambiente.
O acordo prevรช a construรงรฃo de pequenos reatores nucleares (SMRs, na sigla em inglรชs) que entregarรฃo atรฉ 500 MW de energia limpa para a gigante de tecnologia. A previsรฃo รฉ que o primeiro reator comece ser usado atรฉ 2030 e, os demais, atรฉ 2035.
Alรฉm do Google, Microsoft tambรฉm tem acordo de energia nuclear para IA
โPergunte ao ChatGPTโ jรก รฉ uma expressรฃo bastante comum de se ouvir no nosso dia a dia.
Mas a execuรงรฃo dessa simples tarefa exige cerca de dez vezes mais eletricidade do que uma busca no Google, segundo estimativas do Electric Power Research Institute. E criar fotos, รกudios e vรญdeos com IA generativa exige ainda mais.
Por isso, nรฃo รฉ surpresa que o Google busque usar energia nuclear para os seus sistemas de IA.
A parceria foi anunciada semanas apรณs a Kairos tambรฉm fechar um acordo semelhante com a Microsoft.
Para a rival, a startup irรก vender energia da usina Three Mile Island, local do pior acidente nuclear dos Estados Unidos, na dรฉcada de 1970, e que estava desativada desde 2019.
A empresa de Bill Gates, que investiu bilhรตes na OpenAI, fabricante do ChatGPT, informou recentemente que suas emissรตes de CO2 aumentaram quase 30% desde 2020 com a expansรฃo de data centers.
O Google tambรฉm vive o mesmo dilema com o consumo em seus sistemas: as emissรตes de 2023 foram quase 50% superiores as de 2019.
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“Precisamos de novas fontes de energia para dar suporte ร s tecnologias de IA”, disse Michael Terrell, diretor sรชnior de Energia e Clima do Google, ao anunciar a parceria com a Kairos.
“Este acordo ajuda a acelerar uma nova tecnologia para atender ร s necessidades de energia de forma limpa e confiรกvel, alรฉm de desbloquear todo o potencial da IA โโpara todos.”
A Amazon tambรฉm aposta na energia nuclear para o futuro das altas demandas da IA. Em marรงo, a empresa anunciou a compra de um data center movido por uma usina nuclear na Pensilvรขnia.
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O futuro da IA com energia nuclear
Com a IA exigindo muito mais processamento โ e, em consequรชncia, energia โ do que a computaรงรฃo padrรฃo, a energia nuclear รฉ a aposta para o futuro das empresas de tecnologia.
Mas ambientalistas nรฃo compartilham do mesmo entusiasmo.
Enquanto autoridades nos Estados Unidos celebram os novos acordos com as big techs, entidades como o Greenpeace seguem contrรกrios ร exploraรงรฃo da energia nuclear sob a bandeira de energia limpa.
โA energia nuclear nรฃo tem lugar em um futuro seguro, limpo e sustentรกvel. A energia nuclear รฉ cara e perigosa, e sรณ porque a poluiรงรฃo nuclear รฉ invisรญvel nรฃo significa que ela seja limpaโ, alerta o Greenpeace.
A Kairos, no entanto, promete uma inovaรงรฃo para o setor. A startup usa um sistema de resfriamento com sal de flรบor, em vez de รกgua, usada nas usinas nucleares atรฉ entรฃo.
“Uma soluรงรฃo de energia limpa que pode ser implantada com seguranรงa a um custo acessรญvel para permitir uma descarbonizaรงรฃo profunda”, segundo a empresa.
No ano passado, a startup recebeu uma licenรงa para construir o novo tipo de reator da Comissรฃo Reguladora Nuclear dos EUA โ a primeira autorizada pelo รณrgรฃo em 50 anos.
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