Londres – A Royal Meteorological Society anunciou os vencedores do prêmio Standard Chartered Weather Photographer of the Year 2024,  que destaca as melhores fotos de fenômenos meteorológicos do ano, com um brasileiro entre os premiados. 

O fotógrafo Gerson Turelly ficou em primeiro lugar na votação popular e foi escolhido pelo júri como o melhor na categoria “Clima”, criada no concurso este ano,  com uma imagem impressionante do centro de Porto Alegre durante as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul no início de 2024, intitulada “Remo”.

Foto premiada mostra caiaque indo resgatar pessoas no centro de Porto Alegre durante enchentes
Turelly registrou o caiaque seguindo para resgatar pessoas presas pela inundação.  A World Weather Attribution mostrou que a mudança climática tornou a inundação pelo menos duas vezes mais provável, e seis a nove por cento mais intensa. A Oscilação Sul El Niño também teve influência no aumento da probabilidade e intensidade, demonstrando como a variabilidade natural do oceano e da atmosfera pode se combinar com a mudança climática para produzir eventos particularmente extremos.

A composição e a iluminação da foto foram elogiadas pelo painel de jurados, assim como a poderosa combinação de impactos climáticos e de tempo retratados na cena. Os jurados comentaram como a imagem mostra “passado, presente e futuro”: inundações exigiram adaptação, mas à medida que as mudanças climáticas aumentam a intensidade de chuvas pesadas elas se tornam ainda mais comuns, como a recente tragédia na Espanha. 

As imagens premiadas no concurso de fotos de fenômenos meteorológicos

Os vencedores do concurso da Royal Meteorological Society britânica foram escolhidos por um painel internacional de juízes com expertise combinada em meteorologia, fotografia, ciência climática e jornalismo.

O título de Standard Chartered Weather Photographer of the Year foi para Wang Xin, da China, por ‘Sprites Dancing in the Dark Night’, “um exemplo magnífico de relâmpago de sprite vermelho, que dura apenas alguns milissegundos, exigindo paciência e habilidade para fotografar”, segundo os jurados do concurso. 

O segundo colocado no concurso foi o britânico Andy Gray, cuja imagem, ‘Hoarfrost Heaven’, retrata uma bela geada no Peak District, Reino Unido.  

O terceiro lugar na categoria principal foi para outra britânica, Jamie Russell,  por ‘Evening Shower over the Needles’, mostrando uma chuva torrencial e um arco-íris emoldurando as Agulhas da Ilha de Wight, uma paisagem icônica do país.

O vencedor do prêmio Fotógrafo de Clima de Smartphone do Ano da Standard Chartered foi Nur Syaireen Natasya Binti Azaharin, da Malásia, por sua imagem “Vulcões” registrada em Java Oriental, na Indonésia.

A segunda colocada na categoria de smartphones foi Lesley Hellgeth, dos EUA , com “African Dust over Athens”, retratando o brilho alaranjado surreal da poeira do Saara ao redor do Partenon, em Atenas.

O terceiro lugar foi concedido a Peter Reinold, dos EUA , que capturou um “arco-íris circular” usando seu smartphone de dentro um avião.

A vencedora da categoria prêmio Standard Chartered Young Weather Photographer of the Year, para menores de 18 anos, foi Angelina Widmann, da Áustria. Sua fotografia ‘Rain Aria’ mostra uma cantora de ópera em meio a uma chuva torrencial durante uma apresentação da ópera Madame Butterfly ao ar livre.

O segundo lugar na categoria Jovem foi para Ellis Skelton por ‘Saturated Earth and Sky’s Promise’, retratando novas luzes e cores trazidas pela mudança de estação no Reino Unido.

O terceiro lugar na categoria Jovem foi concedido a Lincoln Wheelwright, dos EUA, por ‘Fogo e Gelo’, uma cena dramática de uma tempestade se aproximando.

A competição de 2024 registrou um aumento nas inscrições ligadas à  conscientização sobre o impacto das mudanças climáticas nos padrões meteorológicos do mundo, como o exemplo de Porto Alegre, e a importância da prevenção diante da nova realidade.

Ao comentar a foto do brasileiro, os jurados salientaram que até este evento, Porto Alegre tinha sido geralmente poupada de inundações significativas, o que significa que a manutenção de suas defesas contra inundações tinha sido negligenciada.

“Este evento atua como um lembrete de que, sob as mudanças climáticas, eventos extremos ocorrerão em novos lugares ou com maior intensidade ou frequência do que antes. As comunidades devem se adaptar e aumentar sua resiliência para evitar desastres”, alertaram os especialistas da Royal Meteorological Society.