O relatório da ONU e da Universidade de Oxford “The Peoples’ Climate Vote 2024”, baseado na maior pesquisa de opinião pública sobre mudança climática já realizada até hoje, destaca a necessidade de combater a desinformação como parte crucial da luta pela sobrevivência do planeta, uma missão que não é apenas da imprensa.
O trabalho apontou a necessidade urgente de fortalecer a educação sobre mudança climática nas escolas.
Oito em cada dez entrevistados (80%) em todo o mundo desejam que as escolas em seus países ensinem mais sobre o tema, enquanto apenas 6% acreditam que as escolas deveriam ensinar menos.
Esse dado demonstra a consciência generalizada da importância da educação climática como ferramenta para combater a desinformação e o negacionismo, preparando as futuras gerações para os desafios da crise climática.
Pesquisa mostrou maior apoio à educação sobre mudanças climáticas em países menos desenvolvidos
A expectativa por mais educação sobre mudanças climáticas é ainda mais evidente nos países menos desenvolvidos.
Neles, a percentagem de pessoas que apoiam o aumento do ensino sobre o tema nas escolas chega aos 93%, significativamente superior aos países do G20, onde a taxa é de 74%.
Há também disparidades regionais no apoio ao aumento da educação sobre a mudança climática.
As maiores taxas de apoio são encontradas na América Latina e Caribe (93%) e na África Subsaariana (92%).
Em contraste, a América do Norte (66%) e a Europa Ocidental (73%) apresentam níveis de apoio mais baixos.
Estas diferenças regionais podem refletir as diferentes vulnerabilidades e exposições aos impactos das mudanças climáticas, bem como as prioridades políticas e sociais de cada região.
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Educação climática e cooperação global
O relatório também demonstra que os grupos com níveis de educação formal mais baixos são menos inclinados a apoiar a cooperação internacional para combater a mudança climática.
Enquanto quase três em cada quatro pessoas (77%) sem escolaridade formal apoiam a colaboração internacional, uma proporção significativamente maior de pessoas com ensino primário (84%), secundário (87%) e pós-secundário (88%) apoiam a cooperação internacional.
Isto reforça a ideia de que a educação é fundamental para promover a cooperação global.
O relatório não fornece detalhes específicos sobre os currículos ou metodologias de ensino.
No entanto, a forte ênfase na necessidade de ensinar mais sobre o tema sugere a importância de abordagens abrangentes e interdisciplinares, que integrem a mudança climática em diversas áreas do conhecimento, desde as ciências naturais até as ciências sociais e humanas.
O estudo, conduzido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em colaboração com a Universidade de Oxford, ouviu mais de 73.000 pessoas em 77 países, representando 87% da população mundial.
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