A Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês) anunciou a execução de 11 pessoas, incluindo o jornalista iemenita Mohamed Al-Maqri, acusado de espionagem e sequestro. 

Al-Maqri, um correspondente do canal de televisão Yemen Today, foi capturado enquanto cobria um protesto anti-AQAP em Al-Mukalla, a capital da província meridional de Hadhramaut.

A AQAP, o braço iemenita do grupo terrorista islâmico Al-Qaeda, sequestrou-o em 12 de outubro de 2015 e desde então ele seguia confinado. 

O anúncio da execução foi feito em uma nota pelas redes sociais no dia 28 de dezembro. 

O Sindicato de Jornalistas do Iêmen informou que as vítimas foram acusadas pela Al-Qaeda de “espionar contra os mujahideen”, um rótulo que o grupo usa para seus combatentes, e foram executadas como resultado.

O sindicato apelou “às autoridades competentes para investigar o crime, processar os autores, recuperar o corpo do jornalista e entregá-lo à sua família”.

O conflito militar que começou no Iêmen em 2014 continua devastando o país e tendo um grande impacto negativo na liberdade de imprensa.

O país está classificado em 154º lugar entre 180 países no Global Press Freedom Index de 2024, publicado pela organização Repórteres Sem Fronteiras. 

“O assassinato de Mohamed Al-Maqri destaca os perigos extremos que jornalistas iemenitas enfrentam ao reportar de uma das zonas de conflito mais perigosas do mundo. Desaparecimentos forçados continuam a colocar suas vidas em risco”, disse Yeganeh Rezaian, coordenador do CPJ para a região. 

De acordo com o Comitê, pelo menos outros dois jornalistas iemenitas estão atualmente sujeitos a desaparecimento forçado , uma prática definida como sequestro patrocinado pelo Estado seguido pela recusa em reconhecer o destino ou paradeiro da pessoa.

Waheed al-Sufi , editor-chefe do jornal independente Al-Arabiya, está desaparecido desde abril de 2015 e acredita-se que esteja detido pelo movimento Houthi.

Naseh Shaker foi ouvido pela última vez em 19 de novembro de 2024, e acredita-se que esteja detido pelo Southern Transitional Council, de acordo com o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ).