- O que aconteceu: Casa Branca estreia no TikTok com vídeo de Trump dizendo “I am your voice”, marcando mudança na postura do presidente em relação à plataforma que tentou banir em 2020.
- Criação da conta ocorre a menos de um mês do prazo final para que a ByteDance venda o TikTok nos EUA, conforme exigência legal; Trump já prorrogou o prazo três vezes.
Em um movimento surpreendente e altamente simbólico, a Casa Branca lançou oficialmente sua conta no TikTok na noite de terça-feira (19), com um vídeo estrelado pelo presidente Donald Trump.
A publicação marca uma sinalização sobre a relação entre o governo americano e a plataforma chinesa, que enfrenta ameaça de banimento nos Estados Unidos se não for vendida para uma empresa americana.
Casa Branca estreia no TikTok com frase emblemática
O primeiro vídeo da conta @whitehouse tem 27 segundos e mostra uma montagem de imagens de Trump em eventos públicos, encerrando com a frase:
“I am your voice.”
A legenda do vídeo diz: “America we are BACK! What’s up TikTok?”, em tom informal e provocativo.
@whitehouse America we are BACK! What’s up TikTok?
A frase “I am your voice” foi originalmente usada por Trump em seu discurso na Convenção Nacional Republicana de 2016 e se tornou um dos lemas mais reconhecíveis de sua retórica populista.
Em seguida a conta da Casa Branca publicou um outro vídeo mostrando cenas da sede do governo americano.
@whitehouseWe’re so back♬ original sound – The White House
Em menos de 24h, a conta da Casa Branca no TikTok já tinha passado de 100 mil seguidores.
Mudança de postura: de tentativa de banimento à adesão
A publicação marca uma virada notável na postura do presidente em relação ao TikTok.
Em 2020, durante seu primeiro mandato, Trump tentou banir a plataforma alegando riscos à segurança nacional, por conta da propriedade da empresa chinesa ByteDance.
Na época, o Departamento de Comércio chegou a emitir ordens para remover o aplicativo das lojas virtuais, mas as medidas foram barradas judicialmente.
A relação começou a mudar na campanha eleitoral, quando supostamente ajudado pelo filho Barron, Trump entrou no TikTok e atribuiu à rede social parte da responsabilidade por sua vitória sobre Joe Biden nas urnas.
Agora, em seu segundo mandato iniciado em janeiro de 2025, Trump não apenas recuou da ideia de banimento, como passou a utilizar o TikTok como ferramenta estratégica de comunicação direta com os eleitores — especialmente os mais jovens.
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Prazo de venda do TikTok se aproxima
Apesar da nova postura, a plataforma ainda enfrenta incertezas. Em abril de 2024, o Congresso aprovou uma lei exigindo que a ByteDance vendesse o TikTok para uma empresa americana, sob pena de banimento.
O primeiro prazo era 19 de janeiro, mas Trump o prorrogou, anunciando que a Casa Branca se engajaria na busca de uma solução.
Mas não é fácil, pois depende da concordância do governo chinês, em meio a relações esgarçadas pela guerra tarifária imposta pelo presidente americano. O novo prazo final para a venda é 17 de setembro.
Fontes próximas ao governo afirmam que o presidente considera o TikTok “uma ferramenta poderosa de engajamento” e que está relutante em aplicar sanções que possam prejudicar sua base digital.
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Impacto político e reação pública da conta da Casa Branca no TikTok
A entrada da Casa Branca no TikTok gerou reações imediatas.
Usuários lembraram da tentativa de banimento anterior e acusaram o governo de oportunismo.
Nos comentários há postagens de apoio e outras criticando os rumos do governo em relação a temas sensíveis como a política imigratória.
O que vem pela frente
Com o prazo de venda se aproximando e a pressão do Congresso aumentando, o futuro do TikTok nos EUA permanece incerto.
Enquanto isso, o governo Trump parece determinado a explorar ao máximo o potencial da rede social — inclusive como canal oficial da presidência.
A frase “I am your voice”, usada no vídeo inaugural, resume bem a estratégia: Trump quer se posicionar como o porta-voz direto do povo americano, sem intermediários, e o TikTok é agora parte central dessa narrativa.
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