Elon Musk se uniu à uma campanha conservadora que está pedindo que as pessoas cancelem suas contas na Netflix. O alvo principal da campanha é a série “Dead End: Paranormal Park”, ou “Guardiões da Mansão do Terror”, em português.
O homem mais rico do mundo já fez ou compartilhou mais de 25 posts em sua conta no X, plataforma de sua propriedade, pedindo para que usuários deixem o serviço, o que ele disse já ter feito.
Em uma das postagens, Musk compartilhou uma imagem que retratava a Netflix como um cavalo de Tróia dentro do qual estava a “agenda transgênero woke”.
“Cancele a Netflix pela saúde dos seus filhos”, escreveu.
Cancel Netflix for the health of your kids https://t.co/uPcGiURaCp
— Elon Musk (@elonmusk) October 1, 2025
O que é a série da Netflix
A série Guardiões da Mansão do Terror retrata uma dupla de adolescentes e um cachorro falante enfrentando monstros em um parque de diversões assombrado. Eles também tentam salvar o mundo de um apocalipse paranormal.
A série teve duas temporadas e foi cancelada em 2023. À época, o criador lamentou o fim precoce, mas agradeceu à Netflix pela oportunidade de contar a história.
Mas o motivo de ter caído em desgraça com os conservadores e com Musk é a presença de um personagem trans.
Musk tem uma filha trans de 20 anos, Vivian Jenna Wilson, a quem não aceita. O empresário chegou a dizer em entrevistas que ela ‘estava morta’ para ele.
Como começou o boicote à Netflix
O movimento dos conservadores contra a plataforma de streaming começou quando Hamish Steele, criador da série, fez um comentário considerado ofensivo sobre a morte de Charlie Kirk, o ativista de extrema-direita que foi assassinado quando participava de um evento com estudantes universitários.
Na sua publicação, Steele criticava o primeiro-ministro do Reino Unido por lamentar a morte de Kirk e chamava o ativista de “nazista”.
A conta Libs of TikTok criticou o posicionamento do diretor e começou a liderar a campanha, afirmando que a Netflix está forçando a agenda trans nas crianças.
Outras publicações da plataforma de streaming também foram usadas para reforçar a campanha pelo cancelamento. Uma delas foi um post da Netflix recomendando títulos para celebrar o Dia da Visibilidade Transexual.
No Brasil, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também aderiu à campanha. Ele afirmou que cancelou sua assinatura e tem incentivado apoiadores a fazer o mesmo.
Adesão de Elon Musk
Musk se juntou ao coro de conservadores contra a Netflix na terça-feira (30), quando compartilhou no X uma publicação de um usuário dizendo que havia cancelado sua assinatura.
“Eu também”, escreveu o dono da rede social.
No dia seguinte, Musk fez pela primeira vez uma postagem endossando de fato a campanha. Desta vez, ele compartilhou uma publicação do perfil Libs of TikTok e escreveu “cancelem a Netflix”.
No mesmo dia, compartilhou a imagem que retratava a Netflix como um cavalo de Tróia dentro do qual estava a “agenda transgênero woke”. “Cancele a Netflix pela saúde dos seus filhos”, escreveu.
Ao longo da quinta (2) e já nas primeiras horas de sexta-feira (3), o compartilhamento de tweets com críticas e acusações à plataforma de streaming ficou mais intenso.
Um deles comemorava o anúncio de que um deputado americano vai convocar executivos da Netflix para depor no Congresso.
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