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Príncipe William revela em entrevista que filhos não têm celular e sinaliza mudanças na monarquia britânica

Eugene Levy e Príncipe William no Castelo de Windsor

Eugene Levy e Príncipe William no Castelo de Windsor (foto: divulgação)

A conversa do príncipe William com o ator Eugene Levy, apresentador do programa de viagens exibido na Apple TV+, foi considerada uma entrevista franca e pessoal, mas deixou de fora assuntos sensíveis como a briga com o irmão, Harry.

Em uma entrevista surpreendentemente informal ao ator canadense Eugene Levy, apresentador do programa The Reluctant Traveler, o príncipe William abriu uma janela rara para sua vida pessoal e seus planos como futuro monarca, sinalizando que pretende fazer mudanças quando se tornar rei.

Gravado no Castelo de Windsor e lançado pela Apple TV+ nesta sexta-feira (3), o episódio do programa de viagens apresentado pela estrela do seriado Schitt’s Creek trouxe revelações sobre sua família, sua infância e sua visão para o futuro da monarquia britânica.

Parte da conversa entre o príncipe William e Eugene Levy aconteceu em um pub perto do castelo de Windsor (foto: divulgação Apple TV+)

Um dos momentos  que mais chamou atenção foi quando William falou sobre a educação dos filhos — George, Charlotte e Louis — e revelou que nenhum deles tem celular.

“Nenhum dos nossos filhos tem celular, e somos muito rigorosos com isso”, afirmou William, em resposta à curiosidade de Eugene Levy sobre como as crianças se divertem.

A fala reforça a postura da família real em proteger a infância dos herdeiros, mantendo-os longe da exposição digital precoce e das redes sociais.

A decisão contrasta com a realidade de muitas crianças da mesma faixa etária e da experiência do próprio William, que cresceu sob os holofotes da mídia e viu a mãe, Diana, morrer perseguida por fotógrafos.

Mídia ‘insaciável’

William falou sobre a mídia “insaciável” que o acompanhou enquanto crescia:

“Eles queriam todos os detalhes que pudessem absorver e estavam em tudo, literalmente em todos os lugares.

E se você deixar isso prosperar, o dano que isso pode causar à vida familiar é algo que jurei que nunca aconteceria com minha família.”

“Quero fazer mudanças na monarquia”

Além da vida familiar, William também falou sobre o papel da monarquia no século XXI. Sem entrar em detalhes específicos, ele disse que deseja promover mudanças na instituição.

“Mudanças não excessivamente radicais, mas mudanças que acho que precisam acontecer”, afirmou, completando que isso ‘o entusiasma’.

A declaração foi feita durante uma conversa descontraída com Levy, que perguntou como William se imaginava como rei.

Embora o príncipe não tenha detalhado quais mudanças pretende implementar, a fala sinaliza uma abertura para modernização — algo que já vinha sendo especulado por analistas reais desde que ele assumiu mais responsabilidades após os diagnósticos de câncer de seu pai, o rei Charles III, e de sua esposa, Kate Middleton, em 2024.

‘2024, o ano mais difícil da vida’

Durante a entrevista com Eugene Levy, o Príncipe William descreveu 2024 como “provavelmente o ano mais difícil da minha vida”.

A declaração foi feita em tom sério, refletindo os desafios enfrentados pela família real naquele período.  Embora não tenha detalhado os tratamentos, ele mencionou que ambos estavam se recuperando e que a família havia passado por momentos intensos.

A fala marcou um dos trechos mais emocionais do episódio, revelando a vulnerabilidade de um futuro rei diante de crises pessoais e também suas rotinas.

Ao ser perguntado sobre o que gosta de fazer em casa, William respondeu com humor:

“Dormir. Quando você tem três crianças pequenas, dormir é essencial.”

A resposta arrancou risos de Eugene Levy e reforçou o retrato de William como um pai envolvido na rotina familiar.

William fala de crianças em casa e de futebol

William também falou sobre os hobbies dos filhos. Disse que Louis e Charlotte adoram o trampolim, enquanto George é mais ligado em esportes como futebol e hóquei. Todos estão tentando aprender instrumentos musicais, embora ele tenha brincado que “não está indo muito bem”.

Outro momento marcante foi quando o herdeiro do trono britânico mencionou sua paixão pelo Aston Villa. Ele contou que escolheu o time quando era criança para se diferenciar dos colegas que torciam por clubes mais populares.

Eugene Levy comentou que Tom Hanks também é torcedor do Aston Villa, e William confirmou, dizendo que Hanks escolheu o time porque achava que “Aston Villa” soava como um lugar ensolarado e agradável.

O programa The Reluctant Traveller

“The Reluctant Traveller” é uma série documental de comédia sobre viagens, apresentada por Eugene Levy, canadense que viveu o pai de Jim em “American Pie” e  Johnny Rose em “Schitt’s Creek”.

O programa britânico, disponível na Apple TV+, acompanha Levy enquanto em visitas a hotéis extraordinários e mergulho nas culturas locais.

Com três temporadas lançadas entre 2023 e 2025, a série já destacou lugares como Costa Rica, Japão, Portugal e África do Sul, além de uma jornada europeia completa e uma lista de viagens dos sonhos, com abordagem cômica e sincera.

Embora a entrevista tenha sido apontada como um marco na transparência da família real britânica, sinalizando novos tempos, o Príncipe William não falou sobre assuntos delicados.

Eugene Levy não fez perguntas sobre a discórdia com o irmão, Harry, e os constrangimentos cada vez maiores causados pelo envolvimento do príncipe Andrew e de sua ex-mulher, Sarah Ferguson, com o pedófilo Jeffrey Epstein.

Defesa de regulamentação das mídias sociais

A decisão de manter os filhos longe dos celulares não é apenas uma escolha doméstica — ela reflete uma preocupação pública que o príncipe William já expressou em outras ocasiões.

Em 2022, após a conclusão da investigação sobre a morte de Molly Russell, uma adolescente britânica que morreu por suicídio após consumir conteúdo nocivo nas redes sociais, William se manifestou com firmeza:

“Nenhuma mãe ou pai deveria ter que enfrentar o que a família Russell enfrentou. Devemos proteger os jovens dos perigos do mundo digital.”

A investigação oficial concluiu que o conteúdo visto por Molly no Instagram e Pinterest contribuiu significativamente para sua morte. William, que há anos defende maior responsabilidade das plataformas digitais, reforçou que o bem-estar mental dos jovens deve ser prioridade — e que a regulação da tecnologia é urgente.

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