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Liberdade de expressão

Jimmy Kimmel é mais admirado do que Trump após polêmica que tirou talk show do ar, diz pesquisa

Maioria dos entrevistados discorda da suspensão temporária do programa Jimmy Kimmel Live! pela rede ABC, de propriedade da Disney

Donald Trump, presidente dos EUA e Jimmy Kimmel, apresentador de talk show na rede ABC

Kimmel ficou 16 pontos à frente de Trump na pesquisa encomendada pela The Economist (fotos: redes sociais)



A pesquisa encomendada pela revista The Economist revelou que a controvérsia envolvendo Jimmy Kimmel, que criticou a reação de Donald Trump à morte de Charlie Kirk em seu programa, foi mais favorável ao apresentador.


O apresentador de televisão e comediante Jimmy Kimmel ultrapassou Donald Trump em popularidade diante da opinião pública, segundo uma pesquisa do instituto YouGov em parceria com a revista The Economist divulgada nesta segunda-feira (6).

O levantamento, realizado com cerca de 1.600 pessoas, questionava se os participantes mantinham uma opinião positiva ou negativa sobre cada um deles após a controvérsia envolvendo a retirada do programa de Kimmel do ar pela rede ABC, em decorrência de comentários sobre o presidente e a morte do ativista conservador Charlie Kirk.

Jimmy Kimmel recebeu um total de 44% de votos favoráveis, ante 41% de votos desfavoráveis — num saldo positivo de 3%.

Já o presidente dos EUA recebeu 44% de votos favoráveis, mas 54% desfavoráveis, totalizando um saldo negativo de -13%, representando 16 pontos a menos do que Kimmel.

Maioria discorda de suspensão de Kimmel

Além dos resultados sobre as diferenças de popularidade entre o apresentador norte-americano e Donald Trump, a pesquisa aponta que a maioria dos participantes discorda da suspensão do programa de Kimmel.

Questionados se os comentários teriam sido suficiente para justificar o cancelamento temporário do talk show, 55% dos participantes votaram que não, contra 30% que votaram que sim.

Outros 15% alegaram não ter certeza.

Os dados foram coletados entre os dias 23 e 26 de setembro, período em que marcou o retorno do programa Jimmy Kimmel Live!, um dos talk shows mais populares dos Estados Unidos, após a suspensão de seis dias pela rede de propriedade da Disney.

Relembre o caso Kimmel

Na edição do dia 15 de setembro, Kimmel criticou a reação da direita sobre a morte de Charlie Kirk, ativista conservador ligado ao MAGA (Make America Great Again), movimento liderado pelo presidente norte-americano.

“A gangue MAGA está desesperadamente tentando caracterizar esse garoto que matou Charlie Kirk como qualquer coisa que não seja um dos seus e fazendo tudo o que pode para marcar pontos políticos com isso.”

Ele também ironizou a forma como Donald Trump lamentou a morte de Kirk:

“Não é a forma como um adulto lamenta o assassinato de alguém a quem chamava amigo. É assim que uma criança de 4 anos chora um peixinho dourado, OK?”

Os comentários provocaram uma forte reação da ala conservadora dos Estados Unidos, com o diretor da FCC, Brendan Carr, ir à público anunciar que a postura merecia uma derrubada do programa.

Dois dias depois, a repercussão negativa levou a emissora a decidir pelo hiato temporário, num movimento visto como censura.

Reações à suspensão de Jimmy Kimmel

A suspensão do programa mobilizou outras estrelas de talk shows norte-americanos em defesa de Kimmel, como Stephen Colbert, Jimmy Fallon e David Letterman.

Além disso, mais de 400 atores e profissionais de Hollywood assinaram uma carta pressionando a emissora pelo retorno do quadro, incluindo nomes como Ben Affleck, Jennifer Aniston e Robert De Niro.

No dia 23 de setembro, o programa retornou ao ar, embora 70 afiliadas da ABC, controladas pelos grupos Sinclair e Nexstar, terem inicialmente se recusado a exibir o programa.

Apesar disso, o retorno bateu recordes de audiência, com 6,3 milhões de telespectadores — cerca de três vezes mais que a média da emissora.

Kimmel agradeceu até aos que não o apoiam

Em seu monólogo de reabertura do programa, Kimmel agradeceu aos apoiadores entre todos os espectros políticos — inclusive republicanos, como o senador republicano Ted Cruz, que se manifestaram em prol do apresentador:

“Acima de tudo, quero agradecer às pessoas que não apoiam o meu programa ou aquilo em que acredito, mas que apoiam o meu direito de partilhar essas crenças de qualquer forma.”

Quem não gostou da volta foi Donald Trump, que havia comemorado a suspensão do programa. Em um post em sua rede Truth Social, ele escreveu:

“Não acredito que a ABC Fake News tenha devolvido o emprego a Jimmy Kimmel.

Por que eles iriam querer de volta alguém que se porta tão mal, que não sabe fazer piada e que coloca a rede em risco ao apresentar 99% de lixo democrata como positivo?”

Ele ainda insinuou que o programa poderia configurar uma “contribuição ilegal de campanha” ao Partido Democrata.

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