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TikTok e suicídio

MP da França abre investigação criminal sobre o TikTok por suspeita de induzir jovens ao suicídio

Parlamentares que pediram apuração denunciaram em relatório ‘um oceano de conteúdos nocivos’ na rede chinesa de vídeos curtos

Mão segurando smartphone com tela de acesso ao TikTok

Foto: Unsplash



O TikTok está na mira das autoridades francesas e se tornou objeto de uma investigação formal do Ministério Público em torno do potencial de estimular comportamentos autodestrutivos, incluindo suicídio.


O Ministério Público de Paris abriu nesta terça-feira (4) uma investigação preliminar contra o TikTok por suspeita de incitação ao suicídio e promoção de automutilação entre menores.

A decisão marca uma nova etapa no escrutínio das redes sociais na França e surge como consequência direta de um relatório parlamentar publicado em setembro, que alertava para os riscos da plataforma entre jovens.

O relatório, elaborado por uma comissão presidida pelo deputado socialista Arthur Delaporte, descrevia o TikTok como um “oceano de conteúdos nocivos”, destacando a presença de vídeos que incentivam comportamentos autodestrutivos, transtornos alimentares e violência.

Brigada de crimes cibernéticos investigará riscos de suicídio provocados por conteúdos do TikTok

Com base nesse documento, Delaporte apresentou uma denúncia formal à promotoria, que agora será investigada pela Brigada de Crimes Cibernéticos da Polícia Judiciária de Paris.

A investigação vai apurar se o TikTok cometeu infrações penais como provocação ao suicídio, incentivo à automutilação e exposição de menores a conteúdos violentos.

Embora o relatório parlamentar já tivesse recomendado medidas como a proibição do uso de redes sociais por menores de 15 anos e a implementação de um “toque de recolher digital” para adolescentes entre 15 e 18 anos, esta é a primeira vez que uma autoridade judicial francesa transforma essas preocupações em uma ação criminal formal.

Na França, a propaganda de produtos, objetos ou métodos recomendados como meios de cometer suicídio é um crime sujeito a penas de até três anos de prisão e multa de € 45 mil.

O que diz o TikTok

Em resposta às acusações, o TikTok afirmou que leva a segurança dos usuários muito a sério e que já implementou ferramentas de controle parental, limites de tempo de uso e moderação de conteúdo.

A empresa nega qualquer responsabilidade sobre os casos mencionados no relatório e promete colaborar com as autoridades.

A nova investigação também se soma a ações judiciais anteriores movidas por famílias francesas. Em 2024, sete famílias processaram o TikTok alegando que seus filhos foram expostos a conteúdos que os levaram ao suicídio.

Esses casos ainda estão em tramitação. Agora, com o envolvimento direto do Ministério Público, a França se junta a outros países europeus que vêm intensificando o controle sobre plataformas digitais, especialmente no que diz respeito à proteção de crianças e adolescentes. Se forem comprovadas as infrações investigadas pelo Ministério Público, o TikTok poderá enfrentar sanções criminais e administrativas.

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