© Conteúdo protegido por direitos autorais

Guerra em Gaza

Ataque israelense a hospital em Gaza deixa 20 mortos, entre eles jornalistas da Reuters, AP e Al Jazeera

Imprensa estrangeira está impedida de entrar na zona de conflito e apenas profissionais locais podem registrar a guerra para a mídia internacional

Jornalista palestina Mariam Abu Dagga usando colete de imprensa azul, jvítima em ataque de Israel ao Hospital Nasser

Mariam Abu-Dagga, jornalista palestina, documentava a guerra em Gaza para a Associated Press



Quatro jornalistas palestinos que atuavam para veículos internacionais morreram em um ataque aéreo ao Hospital Nasser, no sul de Gaza. O bombardeio também deixou ao menos 11 civis mortos.

Cinco jornalistas palestinos que atuavam para veículos internacionais foram mortos em um ataque aéreo israelense ao Hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza.

O bombardeio, ocorrido na manhã de segunda-feira (25), matou ao menos 20 pessoas, incluindo pacientes, socorristas e profissionais da imprensa. Um deles era contratado da Reuters, outra da Associated Press, o terceiro da Al Jazeera e o quarto era um freelancer que prestava serviços para a rede americana NBC. Mais tarde foi confirmada a morte de um quinto profissional, da Middle East Eye.

O episódio reforça a indignação com o alto número de profissionais de imprensa mortos na Guerra em Gaza e marca mais um capítulo na escalada de violência contra civis e instituições médicas por Israel.

Desde o início da guerra em outubro de 2023, mais de 240 jornalistas palestinos foram mortos, segundo o Sindicato de Jornalistas Palestinos. Organizações como Repórteres Sem Fronteiras e o Comitê para a Proteção dos Jornalistas exigem investigações independentes e responsabilização internacional e acesso livre para a imprensa estrangeira, impedida de entrar no território.

Quem são os jornalistas mortos no ataque em Gaza

O Hospital Nasser, um dos últimos centros médicos ainda operacionais no sul de Gaza, vinha atendendo centenas de civis feridos em meio à escassez de suprimentos e ao colapso do sistema de saúde.

O ataque destruiu parte da entrada principal e atingiu uma área onde jornalistas e socorristas estavam reunidos, documentando a situação humanitária.

Hussam al-Masri, cinegrafista contratado pela Reuters, foi morto no primeiro impacto enquanto transmitia imagens ao vivo da entrada do hospital. A transmissão encerrou repentinamente.

A Reuters confirmou sua morte e informou que o fotógrafo Hatem Khaled, também da agência, ficou ferido no segundo ataque, caracterizado como “double-tap” — quando um segundo míssil é lançado minutos após o primeiro, visando equipes de resgate e jornalistas que chegam ao local.

Mariam Abu Dagga, jornalista visual freelancer de 33 anos que colaborava com a Associated Press desde o início da guerra, também morreu no ataque. A AP reconheceu sua atuação e lamentou a perda, destacando que Mariam havia documentado as condições de crianças feridas e desnutridas no Hospital Nasser nas semanas anteriores.

Mohammed Salama, fotojornalista da Al Jazeera, foi identificado entre os mortos. A emissora confirmou sua morte e classificou o ataque como “um crime premeditado contra a liberdade de imprensa”. Salama estava em missão humanitária, cobrindo os esforços médicos em Khan Younis.

Moaz Abu Taha, colaborador da NBC News, também perdeu a vida no segundo impacto. Embora a NBC não tenha emitido nota oficial, fontes locais confirmaram sua atuação como freelancer para o canal norte-americano.

Ahmed Abu Aziz, um jornalista freelancer trabalhando para o canal Middle East Eye. 

Jornalistas mortos em frente a outro hospital

O episódio ocorreu poucos dias após outro ataque aéreo israelense que matou cinco jornalistas da Al Jazeera em frente ao Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza.

Na ocasião, uma tenda de imprensa foi atingida por um míssil, matando também um freelancer palestino. As Forças de Defesa de Israel alegaram que um dos jornalistas, Anas al-Sharif, era membro do Hamas, mas não apresentaram provas públicas.

A Al Jazeera rejeitou a acusação e classificou o ataque como “assassinato seletivo”.

error: O conteúdo é protegido.