Londres – Imagens fortes e comoventes dos impacto das mudanças climáticas sobre a sociedade tem sido premiadas em concursos de fotografia pelo mundo, muitos com categorias especialmente dedicadas aos efeitos do aquecimento global.
O concurso de fotografia Sony Photo Awards 2022, realizado pela Organização Mundial de Fotografia, que teve o brasileiro Ricardo Teles premiado em Esportes com um ensaio sobre o ritual Kuarup, destacou três reportagens fotográficas que mostram ângulos diferentes da questão.
“Vivendo em Transição” retrata uma comunidade de Bangladesh convivendo com a fúria do clima. “Retratos em Cinza” documenta as consequências de incêndios florestais em vários países. E “Jardim do Nemo” apresenta um projeto pioneiro de cultivo subaquático, simbolizando a existência de soluções para a crise ambiental.
Visões do clima premiadas no concurso de fotografia em 2022
1º. Lugar Meio Ambiente: Vivendo em transição, por Shunta Kimura, Japão
“Fiz essas fotos em Gabura Union, Bangladesh, entre o início de outubro e o final de novembro de 2021.
Gabura Union está localizada na costa sudoeste do país. É uma das áreas mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, e muitos moradores costumam sofrer com seus efeitos.
Entre os impactos estão erosão fluvial, deslizamentos de terra, aumento dos níveis de salinidade em fontes de água doce e colapsos de infraestrutura causados pelos ciclones tropicais.
O objetivo deste ensaio fotográfico foi capturar e comunicar a situação das pessoas que vivem tranquilamente nesta transição, apesar de impactadas pelas mudanças climáticas”.
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2º lugar, Meio Ambiente: Retratos em cinzas, por Gideon Mendel, África do Sul
“À medida que nossas temperaturas globais aumentam, vimos um crescimento sem precedentes dos incêndios florestais em todo o mundo.
Em 2021, viajei para a Grécia, Canadá e EUA para documentar as consequências dos incêndios que destruíram casas, mataram inúmeras pessoas e queimaram milhões de acres de terra.
Eu prefiro não documentar as chamas ardentes, mas procurar suas consequências.
Esses retratos são feitos em diferentes comunidades e culturas ao redor do mundo. Eu paro e ligo a câmera, olhando para fora de suas vidas devastadas.
Embora suas poses possam parecer convencionais, o contexto é catastrófico e seus olhares são inquietantes.
Eles não são vítimas destituídas de poder, em seu encontro com a câmera, eles nos convidam a nos envolver com a calamidade que se abateu sobre eles, testemunhando os impactos das mudanças climáticas que serão muito piores se não forem tomadas medidas significativas”.
3º. Lugar: Jardim do Nemo, por Giacomo d’Orlando, Itália
O projeto Jardim de Nemo fica em Noli, na costa da Itália. A ideia começou em 2012, quando Sergio Gamberini, fundador da empresa de equipamentos de mergulho Ocean Reef Group, estava curtindo férias à beira-mar na Riviera Italiana.
Descansando entre os mergulhos, ele gostava de passear conversando com os amigos. Um dia, a conversa mudou para sua outra paixão: jardinagem.
Seria possível, ele se perguntou, criar as condições perfeitas de cultivo para o manjericão, a erva local mais popular e um ingrediente essencial para o molho pesto?
A ideia inicialmente maluca foi adiante, formada por estufas transparentes abaixo da superfície do mar, onde estão sendo cultivadas várias espécies, conforme relatado pelo fotógrafo premiado no concurso de fotografia.
“De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a desertificação trazida pelas mudanças climáticas nos últimos anos já reduziu amplamente a produtividade agrícola em muitas regiões do mundo.
A agricultura representa 70% do uso de água doce em todo o planeta e com a população mundial projetada para aumentar para 10 bilhões até o final do século, tornou-se imperativo encontrar métodos alternativos e ecologicamente sustentáveis de cultivo.
Jardim do Nemo (Nemo’s Garden), a primeira estufa subaquática do mundo, oferece uma solução possível. “
Este projeto totalmente autossustentável explora um sistema de cultivo alternativo que pode ser implementado em áreas onde as condições ambientais ou geomorfológicas tornam quase impossível o crescimento das plantas.
Os resultados encorajadores dos últimos anos, com mais de 40 espécies diferentes de plantas cultivadas com sucesso, dão esperança de que um sistema agrícola sustentável tenha sido desenvolvido para ajudar a enfrentar os novos desafios trazidos pelas mudanças climáticas”.
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