Londres – Na véspera da abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) fez um alerta pedindo a federações esportivas, empresas jornalísticas, profissionais de imprensa e entidades do setor para se empenharem na erradicação do sexismo no esporte.
“Muitas jornalistas mulheres estão sujeitas à discriminação e poucas têm acesso a cargos de liderança”, disse Maria Angeles Samperio, presidente do Conselho de Gênero da IFJ.
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A federação quer que as entidades desportivas lancem campanhas de prevenção para condenar os ataques contra jornalistas mulheres.
“O tratamento dispensado às jornalistas esportivas reflete o das atletas femininas pelas federações esportivas, e isso tem que parar. Precisamos de reportagens esportivas inclusivas, tratamento igual para todos os jornalistas esportivos e fim do sexismo nos esportes”.
Igualdade de remuneração e oportunidade
A IFJ cobra ainda que os meios de comunicação recrutem mais mulheres para cobrirem esportes, e que adotem políticas para erradicar o sexismo, como diretrizes para o assédio, a igualdade de remuneração e as políticas de oportunidade. E defende que as reportagens sejam inclusivas e evitem estereótipos de gênero.
Os Jogos Olímpicos de 2020 serão baseados em diversidade e inclusão. Sob o lema “Conheça as diferenças, mostre as diferenças”, a olimpíada se propõe a “abraçar a diversidade” dos indivíduos, independentemente de idade, etnia, nacionalidade, gênero, orientação sexual, religião crenças ou deficiência intelectual ou física.
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A preparação para os Jogos deste ano já resultou na renúncia do chefe do comitê organizador, Yoshiro Mori, em fevereiro, após fazer comentários sexistas sobre as mulheres na administração esportiva.
O diretor de criação da cerimônia de abertura e encerramento, Hiroshi Sasaki, também renunciou recentemente após a revelação de um comentário antigo seu sobre uma obra que criou, de que iria “brincar de Holocausto”.
Jogos Olímpicos são uma oportunidade, afirma IFJ
Uma pesquisa do Global Media Monitoring Project, publicada no dia 14 de julho, mostrou que apenas 9% das matérias nas principais páginas de notícias e nos noticiários mundiais são sobre esportes. As mulheres representam apenas 15% dos assuntos de notícias em matérias sobre o assunto, enquanto representam entre 1% e 7% dos jornalistas esportivos, dependendo da mídia.
“Nos últimos anos, vimos muitas mulheres jornalistas denunciando o sexismo nos esportes e os sindicatos devem ouvir essas chamadas e agir”, disse o secretário-geral da IFJ, Anthony Bellanger. “Os Jogos Olímpicos são uma oportunidade para cobrir esportes de forma diferente e incentivar as organizações de mídia a adotar estratégias claras para erradicar o sexismo no jornalismo esportivo.”
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