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Google e YouTube anunciam banimento de conteúdo e anúncios que neguem mudanças climáticas

Foto: Souvik Bbanerjee/Unsplash

A três semanas da abertura da COP26, em que a desinformação sobre mudança climática nas redes sociais deverá estar na pauta da imprensa e de organizações, o Google anunciou uma nova política de monetização para combater o negacionismo do clima em sua plataforma. 

Em um comunicado publicado no dia 7 de outubro, a gigante digital afirmou que vai proibir anúncios e monetização de conteúdo que não estejam de acordo com o consenso científico sobre a existência e as causas das mudanças climáticas. 

A política vale para anunciantes, editores e criadores do YouTube e do Google. Embora publicada antes da conferência, só entrará em vigor em novembro, sem data marcada. 

Segundo a empresa, será vetado conteúdo que se referir às mudanças climáticas como uma farsa ou fraude, alegações que negam que as tendências de longo prazo mostram que o clima global está esquentando e alegações que negam que as emissões de gases de efeito estufa ou a atividade humana contribuem para as mudanças climáticas.

Ambiente seguro

No comunicado, o Google diz que tem trabalhando em colaboração com especialistas externos para revisar políticas de forma a garantir “um ambiente seguro para a marca dos parceiros de publicidade e proteger melhor os usuários de alegações não confiáveis, como curas médicas falsas ou defesa contra vacinas”. 

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Há duas semanas, o YouTube havia anunciado a remoção de conteúdo falso sobre vacinas contra a Covid-19 e a extensão da política de remoção para desinformação sobre todas as vacinas. 

Reação do mercado 

A preocupação com o humor dos anunciantes quanto ao negacionismo do clima foi abordada diretamente no comunicado. Segundo o Google, a empresa tem ouvido um número crescente de parceiros de publicidade e editores preocupados com “alegações imprecisas” sobre as mudanças climáticas. 

“Os anunciantes simplesmente não querem que seus anúncios apareçam próximos a esse conteúdo. E os editores e criadores não querem que anúncios promovendo essas afirmações apareçam em suas páginas ou vídeos.”

A empresa disse que vai avaliar o conteúdo em relação a esta nova política “examinando cuidadosamente o contexto em que as reivindicações são feitas, diferenciando o conteúdo que afirma uma afirmação falsa como um fato e o conteúdo que relata ou discute essa afirmação”. 

E informou que usará uma combinação de ferramentas automatizadas e revisão humana para aplicar a nova política, que abrange conteúdo de editores, anúncios veiculados pelo Google e vídeos do YouTube que estão monetizando por meio do Programa de Parcerias da plataforma. 

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O Google ressaltou que continuará permitindo anúncios e monetização sobre outros tópicos relacionados ao clima, incluindo debates públicos sobre políticas climáticas, os impactos variáveis ​​das mudanças climáticas e novas pesquisas. Esses conteúdos não serão tratados como negacionismo do clima. 

Facebook na Amazônia 

A notícia veio quase simultaneamente ao Facebook publicar um comunicado informando que vai impedir a publicação de anúncios vendendo terras da Amazônia no marketplace de suas plataformas. 

A decisão foi tomada em reação a uma denúncia feita pelo rede britânica BBC em fevereiro passado. O documentário da emissora mostrou intermediários comercializando terrenos dentro de áreas protegidas. 

O Supremo Tribunal Federal mandou investigar o caso. 

Jornalismo e clima 

Em um ambiente de desinformação sobre as mudanças climáticas, o papel do jornalismo para esclarecer o público foi o tema do World News Day em 2021.

O editor-chefe do jornal The Globe and Mail, David Walmsley, fundador da iniciativa, fez uma análise sobre o papel da mídia no debate com várias visões: 

“A mudança climática há muito é uma ‘futebol político’, indo e vindo no embate entre diferentes pontos de vista. Pode ser assim, mas embora todos tenham direito a uma opinião, os fatos são sagrados e não podem ser distorcidos.”

Wamsley observou que uma vantagem inerente ao jornalismo de qualidade é que ele ouve e relata de todos os lados, incluindo aqueles que negam que haja qualquer mudança climática ocorrendo. 

“Essa troca cria um ambiente para ideias que beneficiam a compreensão da sociedade sobre as questões que precisam ser enfrentadas.”

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