Entre os estados que lideram a investigação estão Califórnia, Flórida, Kentucky, Massachusetts, Nebraska, Nova Jersey, Tennessee e Vermont.
Meta, o novo nome da holding do Facebook, nasce com problemas
Em outubro, o Facebook anunciou a mudança do nome da holding que controla todos os seus produtos (o próprio Facebook, o Instagram e o WhatsApp, entre outros negócios).
O novo nome, Meta, seria uma alusão ao foco da empresa no futuro, apostando no metaverso (uma visão de realidade virtual), mas muitos analistas viram o movimento como uma tentativa de dissociar a empresa do cada vez mais problemático Facebook.
E o que começou com uma séria crise de reputação vai se transformando em uma crise jurídica, com processos movidos em nome de investidores (como o do estado de Ohio e outro em Nova York), e agora a investigação dos demais estados americanos.
O consórcio que anunciou a investigação contra o Facebook e o Instagram inclui as procuradorias, autoridades policiais e consultores jurídicos dos estados envolvidos. E o tom é incisivo.
Em um comunicado distribuído para a imprensa, o procurador-geral de Nebraska, Doug Peterson, disse:
“Quando as plataformas de mídia social tratam nossos filhos como meras mercadorias para manipular por mais tempo seu tempo de conexão e extrair dados, torna-se imperativo […] envolver nossa autoridade investigativa de acordo com nossas leis de proteção ao consumidor ”.
A procuradoria-geral de Massachusetts seguiu na mesma linha, afirmando que “O Facebook, agora Meta, não conseguiu proteger os jovens em suas plataformas e, em vez disso, optou por ignorar ou, em alguns casos, dobrar as manipulações conhecidas que representam uma ameaça real à saúde física e mental – explorar crianças em prol do lucro “-
Em outro comunicado, o procurador-geral da Califórnia, Rob Bonda, afirmou:
“Por muito tempo, a Meta ignorou a destruição que o Instagram está causando na saúde mental e no bem-estar de nossas crianças e adolescentes.
Já é suficiente. Realizamos esta investigação nacional para obter respostas sobre os esforços da Meta para promover o uso desta plataforma de mídia social para jovens californianos – e para determinar se, ao fazê-lo, violou a lei ”.
Os Facebook Papers
Os documentos vazados por Frances Haugen, inicialmente para o The Wall Street Journal e depois para outros veículos de imprensa globais, incluem apresentações internas de pesquisas feitas pelo Facebook,em que danos ao estado emocional de jovens usuários do Instagram e proliferação de discurso de ódio eram reportados.
“Tornamos os problemas de imagem corporal piores para uma em cada três adolescentes”, disse um slide de uma apresentação de 2019, vista pelo jornal americano.
“32% das meninas adolescentes disseram que quando se sentiam mal com seus corpos, o Instagram as fazia se sentir pior”, relatou uma outra apresentação em março de 2020.
(Ian Dooley/Unsplash)
Entre as descobertas mais preocupantes estava que, entre os usuários que relataram pensamentos suicidas, 13% no Reino Unido e 6% nos Estados Unidos os rastrearam no Instagram.
Desde então ela já participou de audiências públicas no Senado americano e nos parlamentos do Reino Unido e da União Europeia, fornecendo subsídios para comissões que preparam leis para regulamentar a atuação das plataformas digitais.
Ohio x Facebook
Em outra frente, o Facebook enfrenta dois processos por prejuízos causados a investidores que perderam dinheiro com a desvalorização das ações da empresa depois que o escândalo começou.
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