Londres – O jornalista ucraniano Oleh Baturyn, repĆ³rter do jornal Novyi Den, estĆ” desaparecido desde 12 de marƧo, quando foi encontrar um conhecido em uma rodoviĆ”ria perto de sua casa na cidade de Kakhovka, no sudeste da UcrĆ¢nia, na regiĆ£o de Kherson.
A denĆŗncia foi feita pelo ComitĆŖ para a ProteĆ§Ć£o dos Jornalistas (CPJ), que obteve a informaĆ§Ć£o com a esposa de Baturyn sob a condiĆ§Ć£o de que sua identidade fosse preservada.
O Institute of Mass Information, grupo ucraniano de liberdade de imprensa, e o Sindicato Nacional de Jornalistas da UcrĆ¢nia, ao qual Baturyn Ć© filiado, confirmaram o desaparecimento do profissional de imprensa.
Jornalista ucraniano estĆ” sem celular e documentos
Na tarde de sĆ”bado, 12 de marƧo, Oleh Baturyn recebeu um telefonema de um conhecido que estava na cidade vizinha de Novaya Kakhovka. Ele nĆ£o contou para a esposa quem era a pessoa, mas foi encontrĆ”-la na rodoviĆ”ria sem levar o celular ou quaisquer documentos.
Segundo a mulher do jornalista ucraniano, ele disse que ficaria fora por cerca de 20 minutos, mas nunca mais foi visto. Baturyn trabalhava no momento na cobertura da invasĆ£o russa Ć UcrĆ¢nia.
O coordenador do programa Europa e Ćsia Central do CPJ, em Nova York, Gulnoza Said, afirmou que a entidade estĆ” “profundamente preocupada” com o desaparecimento do jornalista.
āPedimos a qualquer pessoa que tenha informaƧƵes sobre seu paradeiro que se apresente imediatamente.”
āOs jornalistas devem poder cobrir a invasĆ£o russa da UcrĆ¢nia sem medo de represĆ”lias ou sequestros, e as autoridades devem trabalhar para garantir sua seguranƧa.ā
A esposa de Baturyn e a imprensa local disseram que, na Ć©poca em que o jornalista desapareceu, carros rotulados com a letra āZā, comumente vistos em veĆculos afiliados Ć invasĆ£o russa, foram vistos perto da rodoviĆ”ria.
NĆ£o hĆ” forƧas russas permanentemente instaladas em Kakhovka, mas o ExĆ©rcito da RĆŗssia ocupou a cidade de Novaya Kakhovka, segundo relatos.
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A esposa do jornalista disse que, desde o inĆcio da guerra, nĆ£o havia polĆcia ucraniana ou presenƧa militar em funcionamento em Kakhovka, por isso ela nĆ£o conseguiu buscar ajuda das autoridades do paĆs.
āApenas seus colegas e amigos jornalistas estĆ£o ajudando [a procurar Baturyn]ā, disse sua esposa ao CPJ. Ela acrescentou que seu marido sabe seu nĆŗmero de telefone de cor e teria ligado se tivesse a oportunidade.
āNĆ£o hĆ” nada oficial, ele nĆ£o ligou, nĆ£o sabemos se estĆ” vivo ou mortoā, disse ela ao CPJ, revelando que seu marido tem uma doenƧa ocular que requer cuidados diĆ”rios. āEle usa lentes, quando tira fica quase cego. Ele precisa de colĆrio.ā
De acordo com relatos da mĆdia, vĆ”rios ativistas e defensores dos direitos humanos desapareceram recentemente no sul da UcrĆ¢nia.
O prefeito de Kakhovka, Vitaly Nemerets, afirmou Ć imprensa local que acreditava que as forƧas russas haviam levado Baturyn para Novaya Kakhovka.
No entanto, o prefeito de Novaya Kakhovka, Vladimir Kovalenko, rebateu o dizendo que as autoridades procuraram Baturyn na cidade e concluĆram que ele nĆ£o estava lĆ”.
Em 13 de marƧo, cinco membros do parlamento ucraniano exigiram a libertaĆ§Ć£o de Baturyn, que eles acreditam ter sido capturado pelas forƧas russas.
O CPJ procuou o MinistĆ©rio da Defesa russo e Ć Diretoria Principal da PolĆcia Nacional Ucraniana na regiĆ£o de Kherson, mas nĆ£o obteve resposta.
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SumiƧo de jornalista ucraniano pode ser mais um crime de guerra
Prestes a completar um mĆŖs de guerra na UcrĆ¢nia, entidades defensoras da liberdade de imprensa locais e estrangeiras denunciam crimes contra jornalistas durante a invasĆ£o russa.
Quatro jornalistas jĆ” morreram durante a cobertura da guerra — trĆŖs deles somente nesta semana. O premiado jornalista e documentarista Brent Renaud, dos Estados Unidos, foi morto a tiros no domingo a tiros (13), na cidade de Irpin.
No dia seguinte, o cinegrafista Pierre Zakrzewski, da emissora Fox News, morreu em um ataque junto com a produtora ucraniana que o acompanhava, Oleksandra Kuvshinova.
O repĆ³rter Benjamin Hall ficou gravemente ferido. O veĆculo em que estavam pegou fogo.
A primeira vĆtima ligada Ć mĆdia morta durante o conflito foi o cinegrafista Evgeny Sakun, da Kiev Live TV, que morreu apĆ³s ser atingido no bombardeio da torre de televisĆ£o de Kiev, em 1Āŗ de marƧo.
Ataques deliberados contra jornalistas e profissionais de mĆdia por tropas russas sĆ£o reportados em toda a UcrĆ¢nia.
No local, serĆ” distribuĆdo conjuntos individuais de equipamentos de proteĆ§Ć£o para jornalistas com a ajuda da Network for Reporting on Eastern Europe, com sede em Berlim, e do grupo de imprensa sueco Bonnier.
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