Londres – No Dia da Terra, comemorado em todo o mundo nesta sexta-feira (22), o Google recepciona seus milhões de usuários com um alerta sobre a gravidade das mudanças climáticas usando imagens reais e não desenhos, como é padrão nos “doodles” que são renovados diariamente no topo da tela de buscas.
Desta vez a plataforma deixou de lado os grafismos que brincam com sua logomarca fazendo referência a datas comemorativas e está exibindo imagens em movimento capturadas com o recurso Timelapse do Google Earth e de outras fontes científicas.
As cenas, que permanecerão na página inicial do buscador por algumas horas ao longo do dia, comprovam visualmente o impacto das mudanças climáticas em quatro países ao longo do tempo.
Os Doodles do Google no Dia da Terra
O Dia da Terra foi criado em 1970 nos Estados Unidos pelo senador Gaylord Nelson, como um protesto depois de um derramamento de óleo em Santa Bárbara, na Califórnia.
Mais de 20 milhões de pessoas participaram de manifestações de rua, e o evento colocou a agenda ambiental na pauta da sociedade.
Em 1990 tornou-se uma data global, comemorada em todo o mundo com campanhas, debates e iniciativas de engajamento do público, como a do Google.
O Timelapse do Google Earth reúne mais de 24 milhões de imagens de satélites feitas ao longo de 37 anos.
As cenas comprovam os efeitos das mudanças climáticas, permitindo visualizar o derretimento de geleiras, desmatamento de florestas e o branqueamento de corais.
Monte Kilimanjaro | Tanzânia, África
recuo da geleira no cume do Monte Kilimanjaro
Imagens capturadas anualmente entre os meses de dezembro de 1986 e de 2020
Sermersooq | Geleira da Groenlândia
Imagen feitas entre anualmente em dezembro de 2000 a 2020
Grande Barreira de Corais | Austrália
Branqueamento de corais em Lizard Island, Austrália
Imagens feitas pela The Ocean Agency entre março e maio de 2016
Florestas Harz | Elend, Alemanha
Florestas destruídas por infestação de besouros
devido ao aumento das temperaturas e seca severa
Imagens capturadas anualmente em dezembro de 1995 a 2020
Abordagem do Google para o Dia da Terra 2022 reflete preocupações
O Doodle do Dia da Terra deste ano é bem diferente do que o Google usou há um ano atrás, um gif animado que convidava os visitantes a fazerem algo positivo pelo planeta.
Em um ano, os efeitos das mudanças climáticas ultrapassaram as fronteiras do mundo científico e acadêmico para preocupar os cidadãos comuns, sobretudo depois da conferência do clima COP26, realizada em novembro de 2021.
Em janeiro, os cientistas que anualmente definem o horário do Relógio do Apocalipse (Doomsday Clock), uma metáfora para simbolizar o quanto o planeta está perto da extensão, mantiveram os ponteiros a 100 segundos para a meia noite.
As mudanças climáticas são um dos principais riscos para o futuro.
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Entre os problemas apontados pelos cientistas do painel do Relógio do Apocalipse está a desinformação.
E as fake news sobre mudanças climáticas tornaram-se um desafio para as plataformas digitais, frequentemente acusadas por organizações não-governamentais de não fazerem o suficiente para controlar teorias conspiratórias que negam a existência ou as consequências do aquecimento global.
Há poucas semanas a ONG Global Witness publicou um relatório com resultados de um experimento em que dois perfis no Facebook simularam uma pessoa que duvida das mudanças climáticas e outra que acredita nelas.
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A partir das páginas visitadas por cada uma, o algoritmo da plataforma da Meta mostrava sempre conteúdo alinhado ao que o usuário já demonstrava pensar, em vez de expor o que procurava conteúdo falso sobre o clima a informações confiáveis.
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