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Fotos da princesa Charlotte aos 7 anos são mais uma ‘ofensiva de charme’ da família real

Foto: Kate Middleton (divulgação / Twitter Kensington Palace)

Londres – Em uma semana de eleições locais, crise política por causa do escândalo Partygate, desligamento de um parlamentar por assistir pornografia dentro da Câmara dos Comuns e a guerra da Ucrânia, os grandes jornais britânicos encontraram espaço para a família real, publicando em suas capas novas fotografias feitas por Kate Middleton. 

Desta vez a mãe-coruja exibiu cliques da princesa Charlotte, em comemoração aos sete anos de idade completados hoje (2/5). 

Kate Middleton adotou a prática de fotografar os filhos e publicar as imagens nas redes sociais, conquistando milhares de compartilhamentos e likes, além de páginas na mídia tradicional, em uma ajudinha importante para a popularidade da família real. 

Família real encanta súditos com fotografias das crianças 

As novas fotos mostram Charlotte com o cachorro em um campo florido, usando um casaco da mesma cor das flores.

A falta de um dentinho na arcada inferior aumenta o charme da menina, cujo sorriso lembra o pai, William, segundo na linha de sucessão da família real britânica.

As cenas foram capturadas em Norfolk, onde os Cambridge passam temporadas. Lá também foram feitas as imagens de seu irmão mais novo, o príncipe Louis, que fez quatro anos há duas semanas. 

Kate e as fotografias da família real 

Kate não é fotógrafa profissional, mas formou-se em História da Arte. Além de extremamente fotogênica e simpática com fotógrafos e cinegrafistas, ela começou a fazer o que tantas mães fazem: registrar os filhos. 

E demonstrou uma habilidade especial para capturar expressões de alegria e doçura. Acabou convidada a se associar à Royal Photographic Society de forma honorária, em reconhecimento ao seu    “talento e entusiasmo”.

Este vídeo, publicado por uma das muitas contas de mídia social dedicadas a acompanhar cada passo da família real britânica, fala da paixão da duquesa de Cambridge pela fotografia por ocasião da divulgação de uma série de imagens do filho mais velho, George, aos 8 anos. 

Fotografias geram notícias positivas para a família real

A prática que se transformou em um evento no calendário da mídia pode ter começado por acaso ou ter sido planejada desde o início por algum estrategista de comunicação da chamada ‘firma’, apelido da família real em alusão à sua competência para conquistar simpatia.

O fato é que isso virou uma rotina esperada pela mídia. As fotos são sempre liberadas na véspera,  permitindo que jornais reservem bons espaços em suas edições. 

O fato de serem feitas por Kate Middleton ajuda. A duquesa de Cambridge é a segunda integrante da família real mais admirada no Reino Unido, atrás da rainha, segundo uma pesquisa recente do Instituto Ipsos. 

Mesmo parecendo ser a mais hábil na arte da fotografia entre os integrantes da família real, em seu próprio aniversário de 40 anos ela não fez selfies. 

As contas da família real publicaram fotos da futura rainha clicadas por um fotógrafo de moda, adotando uma postura clássica lembrando as monarcas dos quadros pendurados em museus.

As fotografias da família real são um momento de encanto que pode ajudar na difícil missão de manter a popularidade da monarquia em alta diante de diversos escândalos recentes, justamente no ano em que a rainha Elizabeth II comemora 70 anos no trono. 

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O futuro rei, o príncipe Charles, ocupou as manchetes em 2021 por um  escândalo de troca de comendas reais por doações. 

Seu irmão, Andrew, teve uma avalanche de exposição negativa devido a um processo por abuso sexual movido por uma jovem americana.  Perdeu os títulos e cargos militares e recentemente foi objeto de mais uma crise, ao ser escolhido pela mãe para acompanhá-la na entrada na igreja para a missa de um ano de morte do príncipe Philip

A rainha ainda é o mais forte esteio da imagem da monarquia, com poucos ousando crítica-la publicamente, a começar pela imprensa britânica.

Por mais crítica que seja e publique as notícias negativas quando elas acontecem, a mídia do país tende a alimentar a magia em torno dos Windsor, evitando transferir esses problemas para a conta de Elizabeth II. 

Mais do que uma simpática e espirituosa senhora que aos 96 anos ainda insiste em trabalhar, Elizabeth II encarna o que os britânicos chamam de “sense of duty”, ou “senso de missão”, em tradução livre. 

Ela é um elemento fundamental para o soft power do país. A monarca fazia viagens pelo mundo quando era mais jovem, e ainda recebe chefes de estado para encontros em que o charme britânico pode ajudar a quebrar barreiras diplomáticas e comerciais.

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Quando Elizabeth II morrer ou precisar reduzir as aparições públicas, como muitos sugerem que deve acontecer depois das festividades do Jubileu, parte desse charme se perderá, justamente em um momento em que o futuro da monarquia é desafiado. 

Movimentos antimonarquista existem no Reino Unido, mas estão ganhando mais corpo nas ex-colônias britânicas, sobretudo no Caribe. E os atuais emissários do reino não estão conseguindo encantar como no passado. 

Uma viagem recente de Kate e William a três países da região foi turvada por manifestações contra o colonialismo e cobrando reparação pelos danos causados pela escravidão. 

Na semana passada o mesmo aconteceu em outra viagem do príncipe Edward (outro filho da Rainha Elizabeth) e de sua mulher Sophie, que antes de entrar para a família real trabalhava no ramo de relações públicas. 

Gerar manchetes positivas e comentários simpáticos nas redes sociais por meio das fotografias feitas por Kate Middleton no aniversário dos filhos é uma ótima ideia, que como quase tudo que envolve a família real, vem sendo bem executada. 

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