Jovens fotógrafos de até 24 anos e estudantes matriculados em cursos de Fotografia em tempo integral têm a oportunidade de expandir seus portfólios e iniciar uma carreira internacional com a bolsa oferecida pelo programa Ian Parry Scholarship.
A organização beneficente está com inscrições abertas e gratuitas até o dia 15 de julho para jovens que atendam aos requisitos de idade e formação, de qualquer nacionalidade.
Os vencedores receberão uma bolsa de US$ 3.500 (cerca de R$ 18,5 mil) para desenvolver um projeto de fotografia documental, além de equipamentos e orientação profissional.
Bolsa homenageia jovem fotógrafo morto aos 24
Ian Parry, que dá nome ao programa, era um fotógrafo que morreu enquanto trabalhava para o jornal britânico The Sunday Times durante a revolução romena em 1989. Ele tinha apenas 24 anos de idade.
Aidan Sullivan, então editor de fotografia do jornal, os amigos e familiares de Parry criaram o Ian Parry Scholarship com o objetivo de construir algo positivo a partir de uma morte tão trágica.
O concurso deste ano será dividido em duas categorias: o Prêmio Tom Stoddart de Excelência e o Prêmio Canon for Potential, que identificará um profissional como alto potencial de desenvolvimento.
Ele fará parte de um programa de mentoria pessoal de um ano, a fim de desenvolver suas habilidades.
Para participar, os candidatos devem enviar um portfólio de imagens e uma proposta clara de um projeto que realizarão com o subsídio.
Além da bolsa para financiar a execução do projeto escolhido, os vencedores de cada categoria recebem um empréstimo de equipamentos da Canon, revisão de portfólio com especialistas em Londres (dependendo das restrições da pandemia) e participação no festival internacional de fotojornalismo Visa Pour L’Image em Perpignan, na França.
E a World Press Photo, a maior premiação de fotojornalismo do mundo, nomeia automaticamente o vencedor do Achievement para a lista final do seu programa educacional Joop Swart Masterclass, em Amsterdã, na Holanda.
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“A bolsa existe para encontrar e apoiar os melhores jovens que se esforçam para produzir fotojornalismo poderoso e significativo em um mundo obcecado por ‘selfies’”, diz o apoiador do concurso Tom Stoddart.
“Ian ficaria imensamente orgulhoso da longa lista de fotógrafos internacionalmente conhecidos que foram ajudados no início de suas carreiras pela bolsa que leva seu nome”, acrescenta.
Inscrições e mais informações sobre o concurso podem ser encontradas aqui.
Veja os jovens fotógrafos que venceram edições anteriores
Fotógrafos jovens e iniciantes na carreira escolhidos para receber a bolsa nos últimos anos tiveram a oportunidade de explorar temas diversos, realizados reportagens fotográfica para contar uma história. Conheça alguns deles e seus relatos sobre o trabalho.
“Quando criança, olhei para as chaminés da minha cidade natal e perguntei ao meu pai se elas faziam todas as nuvens do mundo. “Não”, respondeu ele. “Eles ganham dinheiro.
” É uma experiência comum em Saint John, New Brunswick, uma cidade empresarial que abriga a maior refinaria de petróleo do Canadá. O projeto Cloud Factory reflete sobre o classismo ambiental em uma cidade que abriga a família bilionária Irving.
Também abriga um dos bairros mais pobres do país, com uma taxa de pobreza infantil de 50%. Através de narrativas fotográficas, investigações sobre injustiça ambiental e refletindo sobre minha própria educação, examino como a identidade é formada em uma comunidade que depende de uma indústria prejudicial para a sobrevivência.”
Nachiket Sharma retratou a avô, que sofreu um derrame e um ano depois começou a perder a memória.
“Quando a independência é substituída pela dependência, a sanidade por momentos de demência e a alegria de viver pela dor e pelo desespero, o sofrimento de uma mulher orgulhosa é difícil de testemunhar.
Ela está perdendo o contato com a realidade e sobrevive na periferia de suas memórias. Incapaz de distinguir entre noite e dia, sua percepção da realidade está desaparecendo rapidamente.”
Já a jovem Capella Buncher, de Londres, ganhou o Prêmio Canon de Potencial em 2020 ao retratar a sua família durante o isolamento da covid-19. Em uma das imagens, ela capturou a luta do irmão mais novo, Danny, contra problemas de saúde mental.
“Foi esclarecedor para mim olhar para minha família através das lentes e ter essa distância”, diz Capella, “mas também para que eles vejam as coisas que precisam resolver. Isso teve um impacto terapêutico em todos nós.”
A fotógrafa Stefanie Silber recebeu uma menção especial por seu trabalho sobre o luto por natimorto.
Uma das imagens registrou o túmulo do bebê Janne-Lilli, que morreu 22 semanas após a gravidez de sua mãe. Um funeral foi realizado por sua família em Hamburgo.
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