Londres – Mais dois jornalistas da  Rússia foram presos sob o argumento de terem feito trabalhos profissionais para a organização anticorrupção fundada por Alexei Navalny, opositor de Vladimir Putin que morreu em uma colônia penal em fevereiro. 

Sergey Karelin, cinegrafista freelancer que colabora com a agência AP (Associated Press), e Konstantin Gabov, produtor que fez trabalhos na Rússia para a Reuters, foram detidos no sábado (27) por “extremismo”. Eles ficarão na cadeia por pelo menos dois meses, até o julgamento, com risco de prisão de até seis anos. 

A jornalista Antonina Favorskaya, que fez as últimas imagens em vídeo de Alexei Navalny um dia antes de sua morte, foi presa em março sob a mesma acusação.

Jornalistas negam que tenham trabalhado para grupo de Navalny 

Sergey Karelin trabalhou como cinegrafista da rede alemã Deutsche Welle até 2022, quando ela foi proibida de operar no país, e foi detido em Murmansk, no norte da Rússia. Konstantin Gabov foi preso em Moscou. 

Assim como Favorskaya, eles são acusados ​​de preparar materiais jornalísticos para um canal no YouTube administrado pela Fundação Navalny para o Combate à Corrupção, o NavalnyLIVE. A organização foi rotulada como organização extremista em 2021, e passou a funcionar fora do país.

Pela lei russa, todos que de alguma forma a ajudam ou participam de suas atividades são sujeitos a penas severas. Os jornalistas negam que tenham trabalhado para a instituição do líder oposicionista, condenado a mais de 30 anos de prisão. 

Em um comunicado, a  Associated Press disse “estar muito está preocupada” com a detenção de Sergey Karelin, e que estava buscando informações adicionais sobre o caso. 

No sábado (26), um tribunal da Rússia determinou dois meses de prisão preventiva para Sergei Mingazov, jornalista da revista Forbes russa, devido a postagens sobre o massacre de Bucha, na Ucrânia, feitas em seu canal no Telegram em 2022.