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Aplicativo da Fundação Thomson Reuters ajuda jornalistas no combate ao assédio no Twitter

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Nova ferramenta quer combater assédio online a jornalistas (Foto: Reprodução/YouTube)

O assédio direcionado a jornalistas nas redes sociais é um fenômeno mundial. E casos de grande repercussão na Índia, Filipinas, China e até no Brasil revelaram como as mulheres estão mais vulneráveis aos ataques online contra a mídia.

Uma nova ferramenta da Fundação Thomson Reuters quer frear essas perseguições a jornalistas no Twitter, plataforma que é uma das maiores aliadas dos profissionais de imprensa para descobrir novas pautas e se relacionar com fontes mas também um ambiente de ataques. 

O TRFilter é um aplicativo web gratuito em inglês que permite o gerenciamento de conteúdo abusivo que aparece no feed e em postagens públicas para comunicadores no Twitter.

Aprendizado de máquina é usado contra assédio a jornalistas

A ferramenta da Fundação Thomson Reuters foi criada para combater o “surto de violência online” enfrentado por jornalistas.

Em casos extremos, ataques incessantes levam a danos psicológicos e à autocensura dos profissionais de mídia, aponta a organização.

Pesquisa recente da Unesco revelou que a violência online tornou-se a mais importante forma de intimidar o trabalho da imprensa, principalmente das mulheres jornalistas.

As entrevistadas revelaram que o abuso online não se limita ao discurso de ódio, mas também a ameaças de violência sexual ou física. Uma em cada cinco das jornalistas ouvidas disse ter sofrido ataques ou abusos no âmbito offline decorrentes das ameaças online.

Os assédios sofridos pela indiana Rana Ayyub, a filipina Nobel da Paz Maria Ressa, a britânica Carole Cadwalladr e a brasileira Patrícia Campos Mello são apenas alguns exemplos da violência de gênero no jornalismo apontada por estudos semelhantes.

Como um da International Women’s Media Foundation, que apontou que 70% das mulheres jornalistas recebem ameaças e assédio online.

Em resposta a esses ataques, o TRFilter foi projetado para jornalistas e demais profissionais de mídia, mas também pode ser usado por qualquer pessoa que sofra abuso online na rede social.

O recurso permite que os usuários documentem e gerenciem assédios recebidos no Twitter, de forma que possam controlar os conteúdos que aparecem no feed.

O aplicativo funciona direto no navegador da web, sem precisar de instalação. Por isso, tem uma otimização melhor para computadores do que para smartphones, diz a fundação.

No primeiro acesso, é preciso realizar um cadastro para sincronizar a conta do Twitter com o site e, de forma automática, a ferramenta reconhece e sinaliza comentários nocivos.

Isso é possível graças à tecnologia de aprendizado de máquina, que classifica e lista os tweet com assédio em texto (fotos e vídeos nocivos não são detectáveis) para que o usuário decida o que fazer — silenciar ou bloquear perfis em larga escala — sem a necessidade de acessar ou revisar o conteúdo.

Na versão atual, o  TRFilter não identifica DMs  (mensagens diretas) abusivas, apenas Tweets e comentários públicos.

Se for necessário, há a opção para que os usuários visualizem os comentários filtrados pelo aplicativo. O site também oferece relatórios para downloads ou compartilhamento com terceiros.

Contas abusivas não saberão que foram apresentadas em um relatório e nenhum terceiro – incluindo a Thomson Reuters Foundation e o Twitter  – acessará o relatório gerado na ferramenta. 

Embora a ferramenta esteja disponível no Brasil, o site é inglês, mas a organização afirma que a tecnologia do TRFilter poderá no futuro detectar conteúdo prejudicial em vários idiomas.

Para mais informações e cadastro na ferramenta, acesse o site do aplicativo.

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