Seguindo os passos de Donald Trump e Elon Musk, o rapper Kanye West também terá sua própria rede social para desfrutar de liberdade plena após atritos com as tradicionais que já existem no mercado.
A Parler anunciou oficialmente o acordo firmado com o cantor e ex-marido de Kim Kardashian, que mudou seu nome para Ye no ano passado, envolvendo a compra da plataforma conservadora que se define como “a rede social não cancelável pioneira da liberdade de expressão.”
Publicações antissemitas de Ye foram removidas do Instagram e do Twitter nas últimas semanas, fazendo com que o rapper também perdesse uma parceria bilionária com a Adidas e, por consequência, deixasse a lista de bilionários da Forbes.
O que é a Parler, rede social que Kanye West vai comprar
Criada em 2018 e contando com 20 milhões de usuários ativos, a Parler foi impulsionada nos Estados Unidos durante a pandemia de covid-19 e as eleições presidenciais.
A rede social se autointitula como “a pracinha da cidade, onde você pode falar e se expressar livremente, sem medo de ser ‘desplataformado’ por suas visões”.
A popularidade da Parler cresceu quando Donald Trump foi banido das outras redes sociais por fake news e atraiu majoritariamente o público conservador que promove teorias da conspiração, desinformação e violência.
E ela não é a única. MeWe, One America News e Rumble são outras plataformas voltadas para uma audiência conservadora. Sem moderação na postagem de conteúdos, os executivos da Parler dizem que esperam que os usuários erradiquem as violações e corrijam informações enganosas por conta própria.
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O discurso da rede social conservadora, que já era bem alinhado com o de Kanye West, ficou ainda mais próximo do rapper quando ele teve publicações antissemitas removidas do Instagram e do Twitter neste mês.
A repercussão da polêmica respingou na Adidas, que tinha uma parceria de anos com o artista. Na terça-feira (25), a marca encerrou o contrato com ele. “Os comentários e ações recentes de Ye foram inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam os valores da empresa de diversidade e inclusão, respeito mútuo e justiça”, afirmou a companhia alemã.
Com a Adidas, o rapper lançou a linha de roupas e calçados Yeezy. O fim da parceria representa um rombo de cerca de US$ 1,5 bilhão (R$ 7,5 bilhões) no patrimônio líquido de Ye, segundo estimativas da Forbes.
Sem a Adidas, a fortuna do artista é avaliada pela revista financeira em US$ 400 milhões.
‘Direito de nos expressar livremente’
Mesmo com menos dinheiro, Kanye West ainda tem o suficiente para adquirir a Parler. O negócio não teve valores revelados, mas no passado a empresa afirmou ter levantado US$ 56 milhões em financiamento de investidores externos.
“Ye se tornou o homem negro mais rico da história através da música e da moda e está adotando uma postura ousada contra sua recente censura nas big techs, usando seus talentos de longo alcance para liderar ainda mais a luta para criar um ambiente verdadeiramente não cancelável”, disse a Parler, em comunicado.
O CEO da empresa, George Farmer, chamou o rapper de um “compatriota na luta pela liberdade de expressão”.
“Ye está fazendo um movimento inovador no espaço da mídia de liberdade de expressão e nunca terá que temer ser removido das mídias sociais novamente.”
“Em um mundo onde as opiniões conservadoras são consideradas controversas, temos que nos certificar de que temos o direito de nos expressar livremente”, disse Kanye West sobre a aquisição da Parler.
A expectativa é que o negócio seja concluído no quarto trimestre de 2022.
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