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Teste online de Cambridge avalia capacidade de identificar fake news; experimente

Teste de Cambridge avalia capacidade de identificar desinformação

Londres – Pesquisadores da Universidade de Cambridge desenvolveram um teste apresentado como o primeiro validado cientificamente para atestar a capacidade de uma pessoa diferenciar fake news de notícias verdadeiras.

Para chegar ao formato final, os pesquisadores utilizaram parâmetros psicológicos que explicam com as pessoas interpretam, duvidam ou confiam nas notícias. Os  experimentos envolveram mais de 8 mil pessoas durante dois anos.

O método ganhou o nome de MIST (Misinformation Susceptibility Test) e foi publicado no periódico científico Behavior Research Methods, para ser usado em pesquisas futuras sobre desinformação. 

A Universidade criou também uma versão online que pode ser usada por qualquer interessado em avaliar sua capacidade de identificar fake news e desinformação. 

As 20 perguntas do teste incluem fatos verdadeiros e algumas das fake news mais comuns encontradas no espaço online dos EUA, formuladas com a ajuda do ChatGPT. Algumas são universais, abordando temas como mudanças climáticas e vacinas. 

A primeira pesquisa em larga escala usando o Mist, realizada em conjunto com o instituto YouGov, teve um resultado surpreendente: pessoas mais velhas, muitas vezes apontadas como mais vulneráveis à desinformação e a golpes online, demonstraram-se mais capazes de identificar a desinformação do que os mais jovens. 

O teste pode ser feito por qualquer interessado. Está em inglês, mas para quem não domina o idioma basta usar a ferramenta automática de tradução do Google.

Quem não vive nos EUA pode ter dificuldade com algumas questões, ligadas a assuntos locais, mas isso não invalida a tentativa. 

Não é necessário se identificar, mas é preciso preencher um formulário com alguns parâmetros (idade, escolaridade e país de residência). 

Minutos depois do envio do formulário, aparece o “diagnóstico”. Ele compara a capacidade de identificar notícias falsas com a média da população do país de residência. 

“A desinformação é um dos maiores desafios enfrentados pelas democracias na era digital”, alerta o professor Sander van der Linden, um dos desenvolvedores do MIST e chefe do Laboratório de Tomada de Decisões Sociais de Cambridge. 

“Para entender onde e qual a melhor forma de combater a desinformação, precisamos de uma forma unificada de medir a suscetibilidade a notícias falsas. Isso é o que nosso teste fornece”, disse van der Linden. 

Faça seu teste de desinformação aqui. 

Desinformação no ChatGPT?

Para criar o questionário do teste da desinformação, os pesquisadores selecionaram  as notícias verdadeiras em veículos de imprensa conhecidos, como NPR e agência Reuters, e centros de pesquisas de opinião como o Pew Research Center.

As manchetes falsas, mas “confusamente confiáveis” ​​– semelhantes à desinformação encontrada no mundo digital – foram criadas de maneira imparcial com o uso do  ChatGPT versão 2.

“A IA gerou milhares de manchetes falsas em questão de segundos. Como pesquisadores dedicados a combater a desinformação, isso foi revelador e alarmante”, disse o Dr. Rakoen Maertens, principal autor do estudo. 

O lado bom é que outro estudo recente da mesma equipe usou o ChatGPT para produzir perguntas úteis para uma variedade de pesquisas psicológicas. 

“Incentivamos nossos colegas psicólogos a adotarem a IA e ajudar a orientar essa tecnologia em direções benéficas”, disse outro co-autor do MIST, Dr. Friedrich Götz.    

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