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Jornalista da TV síria morre em atentado a bomba após reportagem sobre operação antidrogas

Londres – O repórter Sama Firas al-Ahmad, da Syrian News TV, morreu nesta quarta-feira (9/8) em um atentado quando o carro em que viajava com três integrantes do exército da Síria explodiu a caminho de al-Shayyiah, na província de Deraa, no sul do país. 

A agência de notícias estatal SANA informou que uma bomba destruiu o veículo quando al-Ahmad, de 31 anos, voltava de uma reportagem produzida para a emissora privada em que trabalhava, na fronteira com a Jordânia, onde tropas sírias haviam feito operações contra traficantes de drogas. 

A TV estatal acusou terroristas de terem plantado a bomba, que também matou os soldados. A notícia foi confirmada por meios de comunicação ocidentais e pela rede árabe Al-Jazeera. 

Cinegrafista também foi ferido no atentado na Síria 

De acordo com relatos da mídia local, o cinegrafista da Syrian News TV, Ahmed al-Masalmeh, estava presente no local mas sobreviveu ao atentado.

Inicialmente ele havia sido dado como morto por agências de notícias internacionais citando a mídia local, mas a informação foi corrigida. 

A província de Deraa, onde o ocorreu o atentado, é conhecida por ter sido o local onde a revolta contra o presidente Síria Bashar al-Assad começou, em 2011. O governo retomou o controle da região em 2018, em um acordo mediado pela Rússia. 

Liberdade de imprensa na Síria 

A Síria está classificada em 175º lugar entre 180 países no índice de liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras, que contabilizou mais de 270 jornalistas mortos desde o início do conflito no país, em 2011.

O governo impõe limites rigorosos ao trabalho da imprensa e exige credenciamentos e permissões para jornalistas trabalharem. 

Segundo a organização, a imprensa estatal retransmite a propaganda do Estado sob orientação da agência de notícias SANA.

Para os demais meios de comunicação, o Facebook e as redes sociais continuam sendo a principal ferramenta de distribuição das publicações, por serem de difícil controle, embora monitorados. Um terço dos jornalistas sírios independentes ou de oposição está agora no exílio.

Pelo menos cinco jornalistas estavam presos na Síria na época do censo carcerário de 2022 da RSF. 

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