Londres – O jornalista francês Arman Soldin, morto na Ucrânia, foi homenageado postumamente nesta quinta-feira (13) como Cavaleiro da Legião de Honra, a mais alta condecoração da França para reconhecer atos de bravura militar e contribuições de civis para o bem da sociedade. 

Coordenador de operações de vídeo da Agence France Presse (AFP), Soldin foi vítima de um bombardeio na cidade de Bakhmut, no dia 9 de maio. 

Segundo o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ), 17 jornalistas e profissionais da mídia perderam a vida enquanto cobriam a guerra da Ucrânia desde a invasão do país pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022.

Vários foram alvo de ataques diretos, mas não foi o caso de Soldin, de 32, que tinha uma vasta experiência internacional como jornalista cobrindo guerras e uma vivência pessoal em conflitos. 

Jornalista morto na Ucrânia foi refugiado de guerra 

Nascido em Saravejo, ele deixou a Bósnia com a família em 1992 a bordo de um voo humanitário para fugir da guerra que devastou o país, tornando-se cidadão francês. 

O profissional trabalhava na AFP desde 2015, e fez parte da equipe de cobertura da guerra da Ucrânia desde os primeiros dias do conflito, assumindo a liderança das operações em vídeo em setembro passado. 

Ele viajava regularmente para as zonas de combate, como a região de Bakhmut, então um dos epicentros da guerra.  

O jornalista voltava para o carro junto com soldados ucranianos e outros profissionais da AFP quando o local onde o grupo estava foi atingido por um foguete. 

Armin Soldin foi a única vítima do ataque. Ele morreu “com a câmera na mão”, disse Emmanuel Peuchot, repórter da AFP. 

Em seu último tweet, postado na véspera da morte, Soldin mostrou um soldado ucraniano que tinha sido ferido por uma bala perto de Bakhmut. 

 A AFP informou que em maio, após a morte do jornalista, o presidente francês Emmanuel Macron enviou uma carta elogiando a bravura de Soldin e “sua paixão por uma causa: o dever de informar”. 

A Ucrânia subiu 27 posições no ranking global de liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras este ano, figurando em 79º lugar. 

Mas no quesito “segurança para os jornalistas” ficou em penúltimo lugar entre as 180 nações analisadas, sendo superada apenas por Mianmar.