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Retratos dramáticos da guerra na Ucrânia são destaque em prêmio de fotojornalismo

Mulher se despede do marido em estação de trem na guerra da Ucrânia em foto de Andrea Carubba / Siena Photography Awards

Londres – O Festival de Siena, um dos maiores eventos de fotografia do mundo, apresentou os vencedores de seu concurso anual, elegendo uma imagem da guerra da Ucrânia como a melhor do ano e destacando vários registros do conflito entre os melhores trabalhos de fotojornalismo.

O iraniano-americano Salwan Georges conquistou o primeiro lugar geral com o retrato da  tristeza de uma mulher despedindo-se do marido em Odessa, ao embarcar em um trem com os dois filhos para Lviv pouco dias após a invasão da Ucrânia pela Rússia. 

Os fotógrafos escolhidos pelo júri do Siena International Photo Awards como os melhores do ano documentaram também conflitos em outros países e o drama de animais afetados pela ação do homem – mas as imagens da guerra dominaram a lista das 20 mais impactantes em fotojornalismo. 

Fotografias revelaram ao mundo os horrores da guerra na Ucrânia 

Desde fevereiro de 2022, fotojornalistas, cinegrafistas e documentaristas arriscaram a vida para mostrar ao mundo os horrores da guerra na Ucrânia.

Alguns não retornaram, morrendo em bombardeios ou em ataques diretos do exército russo contra a imprensa. Mas a coragem dos que enfrentaram os riscos permitiu revelar a extensão do drama vivido pelos ucranianos. 

O húngaro Andras Hadji ficou em primeiro lugar na categoria Fotojornalismo do festival de Siena com o registro de Glib, de 13 anos, morador da cidade de Kherson, ouvindo o discurso do presidente Volodymyr Zelensky em uma praça lotada depois que a cidade foi libertada da ocupação russa. 

Menino na cidade de Kherson, palco de batalhas na guerra da Ucrânia, em fotografia premiada
Foto: Andras D.Hadju / Siena International Photo Awards

“Após meses de medo e incerteza, pela primeira vez desde o início da guerra ele finalmente saiu de casa”, disse o fotógrafo. 


Guerras e conflitos são cruéis para crianças em qualquer lugar do mundo. O terceiro lugar da competição foi para o fotojornalista Weiken Oliver, documentando um menino de apenas 10 anos trabalhando em uma mina no Afeganistão.

Com a retomada do poder pelo grupo Talibã, em 2021, as condições de vida da população se deterioraram ainda mais. 

Foto: Weiken Oliver / Siena Photography Awards

Na Ucrânia, o sofrimento da guerra não escolhe idade. O júri concedeu menção honrosa à fotografia de Olena Curillo, 56 anos, em estado de choque e coberta de sangue depois que seu prédio foi atingido por um míssil russo em Chihuiv, em 24 de fevereiro de 2022, ataque que marcou o início da guerra. 

Foto: Wolfgang Schwan / Siena International Photo Awards

O fotojornalista francês Kiran Ridley também teve seu trabalho na Ucrânia reconhecido no Siena Photography Awards 2023. Ele retratou Oksana, mãe de Oleh Skybyk, 27, lamentando a morte do filho em Lviv, em 28 de abril de 2022. Ele havia se voluntariado para servir na guerra.

Kiran Ridley / Siena International Photo Awards

Outra fotografia de uma família enlutada na guerra da Ucrânia foi destacada pelo júri. O soldado ucraniano Ivan Lipskiy foi um dos cinco sepultados ao mesmo tempo em 29 de março de 2022.

Foto: Salwan Georges / Siena International Photo Awards

Lipskiy foi morto em 18 de março durante um ataque aéreo russo que atingiu a 36ª Brigada de Infantaria Naval Ucraniana, matando mais de 40 soldados na cidade de Mykolaiv.


O turco Emin Sansar registrou o sofrimento das mulheres ucranianas no conflito iniciado pela Rússia, obrigadas a deixarem suas casas e cidades e a sobreviver em zonas seguras, perdendo a identidade. 

Foto: Emin Sansar/ Siena International Photo Awards

O fotógrafo de guerra italiano Andrea Carrubba recebeu menção honrosa pelo flagrante de uma mulher em estado de choque, cercada de feridos, após o ataque russo à estação ferroviária de Kramatorsk, em Donetsk, onde ucranianos faziam fila para se refugiarem áreas mais seguras. 

Foto: Andrea Carrubba /Siena International Photo Awards

 

 

 

Não é só na Ucrânia: conflitos religiosos e políticos nas lentes dos fotojornalistas premiados 

O Siena Photo Awards 2023 também reconheceu fotojornalistas que documentaram confrontos resultantes de tensões políticas e religiosas em outras partes do mundo. 

O israelense Oren Ben Hakoon retratou o conflito entre uma mulher palestina e homens israelenses no Portão de Nabus, em Jerusalém. 

Foto: Oren Ben Hakoon /Siena International Photo Awards

Na Índia, dois fotógrafos ficaram entre os escolhidos como melhores do ano no concurso. Debarchan Chatterjee registrou trabalhadores que protestavam contra o governo reprimidos por uma força de choque. 

Foto: Debarchan Chatterjee /Siena International Photo Awards

Dipayan Bose capturou o jato de água lançado pela polícia sobre manifestantes em um protesto por mais educação e emprego para os jovens. 

Foto: Dyapayan Bose /Siena International Photo Awards

O  festival de Siena acontece anualmente na cidade italiana em outubro, reunindo exposições, palestras e workshops para profissionais e amantes da arte da fotografia. 

As imagens foram cedidas pela organização do concurso e não podem ser reproduzidas para qualquer finalidade. 

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