Londres – A cantora e influenciadora árabe Dalal Abu Amneh está em prisão domiciliar em Israel, depois de passar dois dias presa em uma cadeia devido a um post no Facebook sobre a guerra entre o Hamas e Israel, classificado como “incitamento” e “comportamento que poderia prejudicar a ordem pública” pela polícia israelense.
Nos últimos dias, Israel intensificou o policiamento sobre árabes israelenses, que se denominam cidadãos palestinos de Israel, com dezenas de prisões e investigações por ativismo favorável aos residentes de Gaza e ao Hamas, segundo a mídia local.
Abu Amneh vive em Nazaré e também é médica neurologista. Ela é popular na comunidade árabe por seu ativismo e canções patrióticas sobre a Palestina, fazendo shows na região e em outras partes do mundo.
Post da cantora presa em Israel seria incitamento à violência
Quando Israel atacou Gaza, Abu Amneh publicou “não há vencedor senão Alá” ao lado de uma bandeira palestina em sua página do Facebook. O conteúdo foi interpretado pelas autoridades israelenses como uma sugestão para os palestinos pegarem em armas.
Seu advogado, Abir Bakr, disse à agência AFP que ela foi presa na segunda-feira (16) ao ir a uma delegacia registrar queixa por ameaças de morte contra sua família. No entanto, acabou detida e punida pelo comentário no Facebook.
A cantora foi libertada sob fiança dois dias depois. Um juiz determinou que ela ficasse em prisão domiciliar na casa da mãe até segunda-feira (23) e a proibiu de se manifestar sobre a guerra nas redes sociais por 45 dias.
Segundo Bakr, Dalal Abu Amneh foi algemada e submetida a insultos e humilhações. Ele acha que a prisão teve o objetivo de assustar outras pessoas. Os árabes israelenses representam um quinto da população de Israel.
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Prisões em Israel por atividade nas redes sociais
A polícia israelense disse na quarta-feira que “prendeu 76 pessoas” de Jerusalém Oriental “sob suspeita de cometer crimes de incitação no Facebook e apoiar organizações terroristas”.
Como parte da política de tolerância zero com qualquer expressão de apoio ao Hamas, há diversos relatos de pessoas suspensas ou demitidas, bem como ações disciplinares por parte das suas universidades devido a atividade nas redes sociais.
O Comissário da Polícia de Israel, Yaakov Shabtai, disse em uma reunião esta semana que “qualquer pessoa que incite contra o Estado de Israel, os seus símbolos governamentais, funcionários eleitos, pessoal militar e polícia deve estar ciente de que a Polícia de Israel responderá com firmeza e sem leniência”,
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