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Quem é Omid Scobie, o polêmico jornalista autor do novo livro sobre a família real britânica

Omid Scobie, jornalista do Reino Unido autor do livro Endgame, sobre a família real britânica

Omid Scobie iniciando a maratona de divulgação de seu livro Endgame (foto: Instagram Omid Scobie)

Londres – “Endgame”, o novo livro sobre a família real britânica lançado nesta terça-feira (28) e suspenso na Holanda por um suposto erro de tradução revelando o autor de comentários racistas sobre o filho de Harry e Meghan,  não é controvertido apenas pelas opiniões ácidas sobre os integrantes da monarquia, mas também pelo seu autor, o jornalista Omid Scobie. 

A principal delas é sua relação com o príncipe Harry e Meghan Markle – seria ele um porta-voz do casal, pelo enfoque simpático em Endgame (título que remete a uma monarquia em vias de acabar) e em seu livro anterior, Finding Freedom? 

Scobie garante que não, e assegura que as informações do livro foram obtidas com pessoas próximas ao casal e também por leitura labial, decifrando o que os famosos falaram. A credibilidade dele, no entanto, é colocada em questão porque o jornalista já foi desmascarado em algumas situações, a começar pela sua idade. 

Autor do livro sobre a família real mentiu a idade 

Nascido no País de Gales de mãe iraniana e pai escocês, Scobie tem 42 anos, informação agora confirmada pelo próprio.

Mas simpatizantes da família real que se aproveitam de cada oportunidade para rebater os que a criticam fizeram questão de lembrar que em uma entrevista em 2020, disse ter 32 anos, quando na verdade tinha 38. 

Em entrevista ao jornal Evening Standard, o jornalista justificou dizendo que trabalha em um setor em que “muitas pessoas são, digamos, conservadoras” ao revelar a verdadeira idade.

E que ele mentiu por estar anseguro pela proximidade dos 40 anos na época. 

Scobie se referia a quem aparece com frequência na televisão, como ele próprio, comentarista real para a rede americana ABC News. O jornalista aparece regularmente no programa Good Morning America e apresenta o podcast HeirPod. 

O estrelato na América, que tem uma fascinação pela família real britânica e se tornou o lar dos desgarrados Harry e Meghan, veio para Omid Scobie depois de uma carreira na mídia imprensa de celebridades. 

A carreira de Omid Scobie, especialista em família real

Filho de uma assistente social iraniana e de um diretor de marketing, ele fez o ensino médio em uma sofisticada escola de Oxford e estudou jornalismo na London School of Communications. 

Omid Scobie iniciou a carreira na Heat, uma revista britânica de celebridades. Mas deixou a publicação atirando, chamando-a de lugar tóxico devido a discórdias com um chefe.

Passou um ano como freelancer até se tornar chefe de redação da US Weekly para a Europa, e virou editor de realeza na Harper’s Bazar. 

Ele também foi editor de notícias sobre a realeza do Yahoo britânico, mas ganhou fama mundial –  muito dinheiro – com os livros simpáticos a Harry e Meghan. 

Omid Scobie foi capa da sofisticada revista britânica Tatler

O primeiro foi Finding Freedom – Harry e Meghan e a construção de uma família real moderna, que escreveu junto com a jornalista americana Carolyn Durand em 2020, logo que o casal rompeu com os familiares e se mudou para os EUA. 

O livro sobre a família real sob a perspectiva do casal moderno e inconformado com as regras, que virou best-seller, oficiamente não teve a colaboração dos Sussex, assim como a nova obra, segundo o autor. 

Autor do livro diz que não é amigo de ‘Meg’ 

Pelo Twitter, ele assegurou que “não é amigo de Meg”, usando o diminutivo. Mas em entrevistas, contou passagens de encontros com a duquesa, que conheceu em 2015 na Toronto Fashion Week

Harry e Meghan não se manifestaram sobre se colaboraram ou não com Endgame o que dá mais alimento aos comentários. 

Estranhamente para um jornalista que fez carreira em grandes organizações de mídia e publicações que cobrem a vida de celebridades, Omid Scobie usa sua plataforma para atacar os colegas de profissão.

O tweet fixado em seu perfil na rede social é uma frase extraída de Endgame: 

“William prioriza sua lealdade à monarquia… ainda que discretamente cooperando com a mídia britânica para minar a imagem de Harry”. 

A irritação explica-se pelos ataques que os jornais e comentaristas conservadores fizeram ao livro, que não traz grandes revelações mas tem opiniões pesadas sobre Kate, William e o rei Charles.

O monarca é retratado pelo autor como um esquisitão temperamental que que manda passar os cadarços de sapatos. Seria verdade?

Verdades e mentiras em torno do autor do livro sobre a família real

Segundo os críticos, as escorregadas de Omid Scobie levantam desconfianças sobre todo o resto. 

Além do episódio da idade, outras duas histórias foram expostas como forma de questionar a credibilidade do jornalista- e por consequência a veracidade do conteúdo do livro. 

Ele nega ter feito cirurgias plásticas, apesar da aparência de menino e a pele esticada. Apenas admitiu ter feito aplicações de Botox há muitos anos atrás, e um procedimento não-cirúrgico chamado Ultherapy. 

Não há confirmação de que ele tenha feito alguma cirurgia, mas em outro caso, Obid Scobie foi desmascarado. 

O jornalista apagou uma foto no Instagram em que aparecia em um jatinho depois de ter garantido em uma entrevista que não usava aviões particulares.

Scobie disse depois que “era apenas uma viagem curta de Los Angeles para Palm Springs”. 

Na conversa com o jornal Evening Standard, ele disse estar ansioso para que as pessoas ouvissem sua verdadeira voz lendo o livro, e não dessem crédito a algumas informações sem sentido que circularam em entrevistas”. 

O que diz o novo livro 

Não há dessa vez revelações explosivas com as que o próprio príncipe Harry fez em seu livro, Spare, e as que o casal contou na série da Netflix, expondo a família real a constrangimentos ligados a racismo e saúde mental.  

No entanto, o livro coloca de volta na pauta da mídia histórias que a monarquia prefereria não ver resgatadas, bem como opiniões pouco lisonjeiras sobre os principais membros. Veja algumas delas: 

  • Meghan teria acusado não apenas um, mas dois membros da realeza, de racismo, ao perguntarem sobre a cor de seu filho quando ela estava grávida. E teria reportado o caso ao rei. Mas o autor do livro diz não poder revelar os nomes devido à legislação britânica. 
  • O rei Charles teria chamado abertamente Harry de “tolo” depois do lançamento de sua autobiografia, Spare. 
  • A princesa Anne, irmã do rei, teria persuadido Charles a retomar a residência de Harry e Meghan no Reino Unido. O casal teria pedido para manter a casa por ser um local seguro para o avô ver os netos.
  • Harry e Meghan teriam ficado magoados com a demora do Palácio de Buckingham em conceder títulos reais aos seus filhos, Archie e Lilibet, enquanto os filhos de William e Kate foram reconhecidos como príncipes quase que imediamente após o nascimento
  • O rei Charles teria recusado convite para ir ao batismo da neta, nos EUA, 
  • Charles também teria demorado a decidir se convidaria o filho para a coroação, embora supostamente o assunto tenha sido abordado diretamente por Harry em um telefonema dois meses antes da cerimônia, que ocorreu em abril 
  • Kate “treme” toda vez que ouve o nome de Meghan e a tratou mal desde o início. A futura rainha da Inglaterra teria, segundo o autor do livro, passado mais tempo falando (mal) de Meghan do que com Meghan. 
  • Kate não trabalha muito como representante da monarquia, dedicando mais tempo aos filhos 
  • A rainha Camilla, Kate e Sophia, neta da rainha, ignoraram Meghan nos funerais de Elizabeth II
  • Camilla teria ‘agradecido’ ao controvertido jornalista Piers Morgan, inimigo mortal de Meghan, por seu apoio à família real, sugerindo que os ataques à duquesa estavam agradando.

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