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Pesquisa de Yale revela que brasileiros e sul-americanos são os que mais temem as mudanças climáticas

Banco submerso devido a uma inundação, consequência das alterações climática

Foto: Hans/Pixabay

A maioria das pessoas não sabe tanto sobre as alterações climáticas como pensa que sabe, mostrou uma pesquisa do Programa de Comunicações Climáticas da Universidade de Yale realizada em agosto e setembro entre 140 mil usuários do Facebook em 187 países, incluindo o Brasil.

O trabalho revelou o que a organização de jornalismo ambiental Covering Climate Now classificou de ‘déficit de informação climática”.

Pessoas em todo o mundo reconhecem que as mudanças climáticas estão acontecendo e dizem que estão preocupadas com elas.

Alterações climáticas: o que as pessoas sabem a respeito?

Porém, a maioria não sabe dizer exatamente o que são elas e nem as associam à ação humana, principalmente nos países da África e da Oceania. Os portugueses são os que mais associam a crise do clima à ação do homem.

Cerca de quatro em cada 10 pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento, nem sequer conhecem o termo “alterações climáticas”.

Mas os brasileiros e seus vizinhos das Américas do Sul e Central estão entre os que mais percebem o risco que elas representam para as gerações futuras e os que mais esperam que o tema seja tratado como prioridade por seus governos.

Confira as principais conclusões.

Sei o que é

Pesquisa da Universidade de Yale em 187 países, revela falta de informação sobre alterações climáticas

  • Poucos países apresentaram mais de 70% de conhecimento sobre mudanças climáticas. Os campeões foram Finlândia (89%), Hungria (85%), Áustria (77%) e Alemanha (76%)
  • 64% dos brasileiros afirmam que têm algum conhecimento. Na América do Sul, são os que mais dizem conhecer a questão, seguidos por uruguaios (57%) e argentinos (56%).
  • Entrevistados do Benin e do Haiti foram os que mais responderam (36%) nunca ter ouvido falar do tema.

Está acontecendo

  • Em quase todos os países, mais de 70% dos entrevistados disseram que as mudanças climáticas estão acontecendo.
  • 9 em cada dez brasileiros concordam, um dos índices mais altos da pesquisa. O maior percentual, de 94%, foi de El Salvador, seguido de perto por Sri Lanka, Taiwan, Armênia e Nicarágua, todos com 93%
  • Os países mais céticos quanto à ocorrência das mudanças climáticas foram Haiti (64%), Austrália e Holanda (70%) e Laos e Áustria (71%)

Por causa humana

  • Nenhum dos países apresentou um índice maior de 70% de pessoas atribuindo a culpa das mudanças climáticas ao homem.
  • Os portugueses (61%) são os que mais culpam a humanidade pelo problema, seguidos por espanhóis (59%) e finlandeses (57%).
  • Os que menos culpam a humanidade são os indonésios (20%) e haitianos (18%). Mais da metade dos brasileiros (52%) acredita que o problema é causado pela ação humana.

Estou preocupado

  • A maioria dos países têm mais de 70% pessoas preocupadas com a crise do clima.
  • Os mais preocupados estão na Coreia do Sul e Porto Rico (93%), seguidos por Costa Rica, El Salvador, México e Equador (92%) e Portugal, Panamá, Colômbia e Uruguai (91%).
  • Os menos preocupados estão no Iêmen (47%) e na Holanda (45%).
  • 83% dos brasileiros se mostraram preocupados e só 4% disseram não estar nem um pouco preocupados.

Danos às gerações futuras

  • Nas Américas do Sul e Central, mais de 70% dos entrevistados temem esse impacto.
  • Os maiores percentuais são de Porto Rico (84%), Costa Rica (83%), Taiwan, México e El Salvador (81%) e Chile (80%).
  • Os entrevistados que menos enxergam esse risco são os do Iêmen (27%)
  • 72% dos brasileiros veem muito risco às gerações futuras, 11% acham esse risco moderado, 3% o consideram pequeno e 1% não vê qualquer risco.

Deveria ser prioridade do governo

  • Nas Américas do Sul e Central, mais de 70% acham que o problema deve ser prioridade de governo.
  • Os mais convictos disso estão em Porto Rico (92%) e El Salvador (90%)
  • Os que menos acham isso estão na Turquia (45%) e no Iêmen (38%)
  • 81% dos brasileiros acham que as mudanças climáticas deveriam ser uma prioridade do governo.

Confira a íntegra da pesquisa aqui.


Este artigo faz parte de um relatório especial analisando as repercussões da COP28, jornalismo ambiental, ativismo e percepções da sociedade sobre as mudanças climáticas.

Leia aqui a edição completa

 

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