O jornalista Mardonio Mejía, da Colômbia foi assassinado em sua casa na província de Sucre, no norte do país. É o primeiro profissional de imprensa a perder a vida em uma morte violenta na América Latina este ano.

Mejía, de 67 anos, era diretor de uma estação de rádio local que cobria notícias das regiões de Sucre e de San Antonio. 

A polícia de Sucre capturou um homem supostamente envolvido no crime, que aconteceu na tarde de 24 de janeiro no município de San Pedro, mas o cúmplice conseguiu fugir. 

Jornalista assassinado tinha programa de rádio 

Mejía era diretor da rádio “Sonora Estéreo” e apresentava o programa Amanhecer Campesino. Ele também se dedicava à pecuária.

Segundo a Federação Internacional de Jornalistas, não há confirmação de ameaças anteriores por seu trabalho, mas o crime segue um padrão que se repete na região da América Latina: ataques a jornalistas locais que noticiam assuntos da comunidade em canais nas redes sociais ou em rádios. 

A governadora de Sucre, Lucy García, declarou que era um dia de luto no jornalismo e ofereceu recompensa de 20 milhões de pesos colombianos para quem forneça informações levem à captura dos responsáveis.

Homem preso por assassinato de jornalista na Colômbia
Ledinwit Yesit Díaz Mercado foi apresentado pela polícia como envolvido no crime contra o jornalista

A Federação Colombiana de Jornalistas expressou em comunicado que o crime é “um fato que entristece o jornalismo e coloca em risco a liberdade de imprensa ” .

“Exigimos que as autoridades tomem medidas para esclarecer este crime e capturar todos os autores deste assassinato ”. 

Luz Elena Turcios, presidente da Associação de Jornalistas e Comunicadores Sociais de Sucre, instou “toda a sociedade e especialmente os grupos que pegam em armas a respeitar o livre direito de informar e de liberdade de expressão .”

A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês) repudiou em nota o ato de violência. “Este crime deve ser resolvido rapidamente para evitar a impunidade que marca os assassinatos de profissionais de imprensa  na Colômbia.

Apesar da diminuição deste tipo de ataques, a violência não parou: em 2023, o jornalista comunitário Luis Gabriel Pereira e vários defensores dos direitos humanos foram assassinados na Colômbia. 

A IFJ exige ferramentas de proteção eficazes que previnam a violência e medidas que procurem erradicar estes ataques que restringem a liberdade de imprensa e o direito à informação.

O Global Press Freedom Index da Repórteres Sem Fronteiras listou a Colômbia em 139º lugar em 2023.

Segundo a organização, o país segue como um dos mais perigosos do continente para os jornalistas.

A cobertura de temas como meio ambiente, conflitos armados, corrupção e crime organizad expõe os profissionais a assédio, intimidação e violência sistemáticos.