Londres – O vocalista Bono, da banda U2, fez na noite desse sábado (17) em Las Vegas uma homenagem aos ucranianos e ao russo Alexei Navalny, principal líder de oposição contra Vladimir Putin, cuja morte em uma prisão no Ártico foi anunciada na sexta-feira. 

Lembrando que Putin nunca menciona o nome do opositor, ele convocou o público que assistia ao show na arena La Sphere a falar seu nome repetidamente: “Alexei Navalny, Alexei Navalny”. O público atendeu, e em seguida Bono pede um fundo musical para a homenagem.

Antes, ele havia feito um manifesto sobre a Ucrânia, apelando aos EUA para ajudar o povo ucraniano que luta pela liberdade na guerra que vai completar dois anos, e lembrou que “Polônia, Lituânia ou Alemanha Oriental podem ser os próximos [países invadidos]”.

Assista ao momento em que o público se junta ao cantor na homenagem a Navalny. 

“Para estas pessoas, “liberdade” é a palavra mais importante do mundo. Tão importante que os ucranianos lutem e morram por isso. E tão importante que Alexey Navalny decidiu renunciar à sua [liberdade]. Putin nunca dirá seu nome.

Então pensei que hoje estão aqui pessoas livres, pessoas que acreditam na liberdade… Devemos dizer o nome dele. Não basta simplesmente lembrar disso. Falar. Alexei Navalny. Alexei Navalny!

Após a homenagem, banda tocou a música “Don’t Dream It’s Over” (“Não pense que este é o fim”). 

Homenageado por Bono, Navalny foi tema de documentário vencedor do Oscar 

Alexei Navalny cumpria pena de mais de três décadas sob acusações diversas, resultantes de sua oposição a Vladimir Putin. Sua mãe foi informada de sua morte, que teria acontecido na sexta-feira (16) após uma caminhada. O corpo não foi devolvido à família. 

O filme contando as perseguições a Navalny e o envenenamento que sofreu foi o documentário vencedor do Oscar em 2023. 

Christo Grozev, jornalista investigativo do site Bellingcat, foi o responsável pela investigação documentada no filme.  O documentário conta que quando o líder da oposição russa acordou da tentativa de envenenamento que quase tirou sua vida, foi informado de que havia sido alvo do agente Novichok, e achou “estúpido”, pois teria sido mais fácil matá-lo sem deixar rastros associando o ato ao regime Putin.