Londres – Depois de vencer a Eurocopa na final contra a Inglaterra no domingo, o futebol espanhol levou para casa outro troféu: a marca Real Madrid lidera o ranking das mais valiosas e mais fortes do mundo, desbancando a campeã de 2023, Manchester City.
No ranking anual feito pela consultoria britânica Brand Finance e apresentado na manhã de hoje em Londres, a marca do clube espanhol foi avaliada em 1,7 bilhões de euros (R$ 10,2 bilhões). Nenhum clube brasileiro está entre as 50 mais valorizadas do mundo, embora o país seja o mais bem avaliado como líder esportivo no ranking de soft power.
O Flamengo manteve-se na liderança no Brasil em valor e força da marca, apesar de uma pequena queda em relação ao ano passado, com sua marca avaliada agora em US$ 99,9 milhões (R$ 600 milhões). Palmeiras e São Paulo aparecem em seguida, com avanço em comparação a 2023, valendo respectivamente US$ 85,1 milhões (R$ 510 milhões) e US$ 55,67 milhões (R$ 335 milhões).
Como são calculadas as marcas mais valiosas do futebol
O valor da marca é entendido como o retorno líquido que o proprietário de uma marca obteria se a vendesse. A avaliação da consultoria Brand Finance é baseada em dados de relatórios disponíveis publicamente e em pesquisas de mercado, mesmo processo feito para estimar o valor de marcas de empresas dos mais variados segmentos.
A força da marca é a eficácia do desempenho em medidas intangíveis em relação aos seus concorrentes. No futebol, força e valor refletem a eficiência da gestão, resultando em engajamento de torcedores e atração de investimentos e patrocínios.
De acordo com a consultoria, o Real Madri registou um “crescimento impressionante” de 16% no valor da sua marca, e pontuação de 96,26 na avaliação da força.
“O Real manteve sua relevância graças a lucrativos acordos de patrocínio, como o da Adidas, e à renovação do Estádio Santiago Bernabéu, com potencial de melhorar significativamente as receitas comerciais. Na área da sustentabilidade, o clube tem implementado diversas iniciativas para reduzir a sua pegada de carbono”, diz a consultoria.
Embora tenha cedido a liderança para um time espanhol, o futebol britânico demonstra a sua força. A Premier League inglesa tem o maior número de clubes (17) que aparecem no ranking dos 50 melhores, bem como o valor mais alto de qualquer liga, com 8,1 bilhões de euros (R$ 48,6 bilhões), contra 4,5 bilhões de euros (R$ 27 bilhões) da LALIGA, que está em segundo lugar.
Seis destes clubes figuram no top 10, com o Manchester United (o valor da marca aumentou 3% para 1,4 bilhões de euros, R$ 8,4 bilhões)) e o Liverpool (o valor da marca aumentou 1,5% para 1,4 bilhões de euros) mantendo a quarta e a e 5ª posições, respectivamente. Arsenal, Tottenham Hotspur e Chelsea aparecem em 8º, 9º e 10º.
Hugo Hensley, chefe de análises esportivos da Brand Finance, resumiu em uma frase a conquista do Real Madrid:
“O retorno […] ao topo do ranking destaca uma conclusão simples: este clube é realmente o melhor no ramo.”
Veja outros destaques do ranking no mundo e no Brasil
- O FC Barcelona continuou em terceiro lugar no mundo, com um valor de marca de 1,5 bilhões de euros (R$ 9 bilhões) e um crescimento de 12%. Apesar dos recentes desafios financeiros, o clube manteve importantes acordos de patrocínio, incluindo a parceria com o Spotify, e está avançando com o projeto Espai Barça, focado na eficiência energética e na sustentabilidade ambiental do Camp Nou.
- O francês Paris Saint-Germain (PSG) (o valor da marca aumentou 7%, para 1,2 bilhões de euros, R$ 7,2 bilhões) caiu de sexto para sétimo lugar, trocando de posição com o Bayern Munich. A consultoria destacou o efeito negativo da saída das estrelas globais Messi, Neymar e Mbappé sobre as perspectivas comerciais do clube, levando a uma redução nas vendas de merchandising e contratos internacionais.
- O índice de força da marca do Flamengo teve um pequeno declínio, de 77,8 para 74,9, mas ele continua sendo o mais forte entre as marcas do futebol brasileiro. Essa resiliência é atribuída à garantia de um dos maiores acordos de patrocínio da história do futebol brasileiro, com a empresa de apostas Pixbet.
- O Palmeiras continua em segundo lugar como a segunda marca mais valiosa do futebol brasileiro, com um aumento de 9%, para US$ 85,1 milhões.
- Embora a força de sua marca tenha caído ligeiramente de 72,8 para 70,4, o Palmeiras ultrapassou o Corinthians e se tornou a segunda marca mais forte do futebol brasileiro.
- Essa mudança se deve a uma queda significativa na força da marca Corinthians de 74,3 para 62,5, apesar de um aumento de 27% no valor da marca, para US$ 49,1 milhões (R$ 295 milhões)
- O São Paulo fez avanços notáveis, com o valor de sua marca aumentando 55%, para US$ 55,7 milhões. Esse crescimento impressionante elevou o São Paulo do quinto lugar para se tornar a terceira marca mais valiosa do futebol brasileiro.
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Ações campeãs dos times brasileiros
A pesquisa da Brand Finance apontou que o sucesso financeiro destes clubes foi impulsionado por várias iniciativas:
- O Corinthians relatou um aumento substancial na receita dos dias de jogos, graças ao alto comparecimento consistente em seus jogos em casa, ao melhor desempenho em campo e ao preço estratégico dos ingressos. No entanto, a pior percepção entre os torcedores de futebol fez com que permanecessem em quarto lugar.
- Transformação Digital: Flamengo e Palmeiras lideraram com campanhas digitais inovadoras e experiências virtuais de torcedores, que ampliaram seu alcance global e impulsionaram as vendas de produtos.
- Desenvolvimento Juvenil: O compromisso do Santos FC em estimular jovens talentos valeu a pena, tanto financeiramente quanto em termos de marca, com sua academia produzindo os melhores talentos, levando a lucrativos acordos de transferência.
O Índice Global Soft Power 2024 anual da Brand Finance, divulgado em fevereiro, reafirmou o status do Brasil como líder global no esporte, com sua reputação futebolística desempenhando um papel fundamental.
“O Brasil continua a se destacar em influenciar o público internacional por meio de sentimentos positivos, contribuindo significativamente para o soft power do país”, diz a consultoria. Mas em negócios, o futebol brasileiro segue distante dos
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