Londres – O cantor de ópera queer austríaco JJ foi o vencedor do Eurovision 2025 com a canção Wasted Love, uma fusão ousada de ópera e pop que surpreendeu o público e os jurados em uma noite de festa e também de protestos.
A final do concurso, realizada em Basiléia, Suíça, na noite deste sábado (17), foi marcada por manifestações contra a participação de Israel devido ao conflito em Gaza.
Manifestantes lançaram tinta durante a apresentação da cantora Yuval Raphael.
O que é o Eurovision?
O Eurovision Song Contest é um festival anual de música que reúne países da Europa e convidados de outras regiões, como Austrália e Israel.
Cada nação apresenta uma música original, competindo por votos do público e de jurados especializados, com audiência estimada em 160 milhões de espectadores.
Vencedor aclamado e protestos marcam o Eurovision 2025
O representante da Áustria, JJ, austríaco de ascendência filipina e artista queer, chamou atenção desde os ensaios por sua combinação única de técnica operística com produção pop.
Aos 24 anos, ele se destacou não apenas pela voz aguda incomum de contratenor, mas também pela mensagem de aceitação e autenticidade transmitida por sua canção Wasted Love.
A canção vencedora: perda e reencontro
Wasted Love fala sobre o peso emocional de investir profundamente em uma relação que não teve retorno.
JJ canta sobre a dor de se sentir esquecido, mas também sobre o processo de se reencontrar, com versos que misturam fragilidade e força.
A música combina um arranjo dramático com momentos de leveza, refletindo a ideia de que o amor desperdiçado pode, paradoxalmente, levar a um renascimento pessoal.
JJ dedicou sua apresentação à aceitação e à diversidade, destacando a importância de mensagens de amor e igualdade.
A vitória foi celebrada como um momento de visibilidade para artistas LGBTQIA+ e para heranças culturais diversas no palco do Eurovision, em um momento em que a Europa vive uma onda de nacionalismo e restrições a imigrantes.
Os melhores do Eurovision 2025
JJ, da Áustria, foi o favorito do júri profissional, enquanto a Ucrânia liderou a votação popular.
Israel, apesar das polêmicas, terminou em segundo lugar com forte apoio do público. Espanha, Islândia e Suécia também se destacaram entre as 10 primeiras colocações.
Protestos e controvérsias com a representante de Israel
Mesmo com a tradição do Eurovision de se manter como um evento apolítico, a edição de 2025 reforçou a dificuldade de separar música e geopolítica.
A participação de Israel na edição de 2025 voltou a gerar controvérsias em razão do conflito em Gaza.
Durante a apresentação de Yuval Raphael, manifestantes tentaram interromper o show, lançando tinta contra um membro da equipe técnica.
Apesar da tensão, a cantora seguiu com sua performance e terminou a competição em segundo lugar.
A presença israelense já havia sido questionada nos anos anteriores, com artistas da Finlândia e Islândia pedindo o banimento do país do festival.
Em 2024, a emissora estatal de Israel, Kan, chegou a alterar a letra da música escolhida, atendendo a uma exigência da organização para remover referências ao conflito.
Em 2023, o Eurovision vetou um pedido de discurso do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
No ano anterior, logo após o início da guerra com a Rússia, uma banda ucraniana venceu o festival com a maior votação popular da história.
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