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Reputação da realeza

Sarah Ferguson é ‘cancelada’ por ONGs após vazamento de email chamando Jeffrey Epstein de ‘amigo supremo’

Duquesa de York, ex-mulher do príncipe Andrew, alegou que mensagem foi enviada após ameaça do financista condenado por crimes sexuais contra menores

Sarah Ferguson em jardim mostrando um de seus livros infantis

Sarah Ferguson virou escritora de livros infantis (foto: Instagram)



Em e-mail enviado a Jeffrey Epstein, então já condenado por crimes sexuais contra menores, Sarah Ferguson pede desculpas por comentários negativos feitos em público e o chama de “amigo supremo”, voltando a aproximar a realeza britânica do escândalo que afastou o príncipe Andrew da vida pública.



A sombra do escândalo envolvendo o Jeffrey Epstein e o príncipe Andrew voltou a pairar sobre a monarquia britânica após a revelação de um e-mail constrangedor de Sarah Ferguson, duquesa de York, enviado em abril de 2011 ao financista depois de sua condenação por crimes sexuais, chamando-o de “amigo supremo”.

A mensagem foi exposta pelos tabloides Sun on Sunday e Daily Mail no domingo (21). Nesta segunda-feira (22), uma das ONGs infantis da qual Sarah é patrona, a Julia’s House, anunciou seu desligamento, e logo foi seguida por outras como  Natasha Allergy Research Foundation, Children’s Literacy Charity, Prevent Breast Cancer e National Foundation for Retired Service Animals (NFRSA).

Embora divorciada de Andrew, ela vive na mesma casa que ele, dentro da área do Castelo de Windsor, e se tornou escritora de livros infantis, o que aumenta o impacto negativo de sua amizade com o financista, não apenas para a monarquia mas para ela própria.

Ele morreu na cadeia em 2019 enquanto aguardava novo julgamento, e se tornou um desastre para a reputação de personalidades que frequentavam suas festas, incluindo o príncipe Andrew.

O que Sarah disse a Epstein no email

Na mensagem, a duquesa se refere a Epstein como “amigo supremo” e pede desculpas por tê-lo repudiado publicamente semanas antes, quando disse que a amizade havia sido um erro de julgamento.

Ela nega ter usado o termo “pedófilo” e afirma que foi aconselhada a cortar relações com ele para proteger sua imagem e a do príncipe Andrew.

Em um dos trechos mais polêmicos, a duquesa escreve:

“Fui aconselhada, de forma inequívoca, a não ter nada a ver com você,  e a não falar ou escrever, porque isso traria mais problemas para você, para o duque e para mim.”

Ela também afirma estar “paralisada de medo” e se refere a Epstein como “generoso, leal e supremo”.

Ferguson admitiu ter recebido £15.000 de Epstein para quitar dívidas pessoais, incluindo salários atrasados de funcionários.

Embora tenha declarado que o valor foi devolvido, documentos indicam que Epstein pode ter contribuído com somas muito maiores, levantando suspeitas sobre o grau de envolvimento entre os dois.

Assessoria confirma mensagem e alega ameaças

Um porta-voz da duquesa confirmou que o e-mail foi enviado, alegando ter sido em resposta a uma ameaça de processo por difamação feita por Epstein, que não aceitava ter sido associado publicamente à pedofilia.

A assessoria afirmou que Ferguson foi aconselhada a escrever como forma de “aplacar Epstein e suas ameaças”, e que ela se arrepende profundamente da ligação que manteve com ele.

“Como sempre, os primeiros pensamentos da duquesa estão com as vítimas de Epstein”, declarou o porta-voz.

 Repercussões na monarquia

A revelação s reacende o escândalo que culminou com o afastamento total do príncipe Andrew da vida pública.

Ex-marido de Ferguson, ele foi acusado por Virginia Giuffre de abuso sexual quando ela era menor de idade — acusações que ele sempre negou.

A ligação entre Andrew e Epstein, incluindo visitas às propriedades do financista e hospedagens em sua mansão, levou a uma crise institucional sem precedentes.

Em 2022, Andrew foi oficialmente afastado de suas funções reais, perdeu títulos honoríficos e deixou de usar o título de “Sua Alteza Real”. O acordo financeiro extrajudicial com Giuffre, estimado em milhões de dólares, selou sua queda.

Protesto visual em Windsor

O escândalo Epstein também assombra Donald Trump, que mantinha relação de amizade com o financista e aparece em fotos e vídeos ao lado dele.

Durante a visita oficial do presidente  ao Reino Unido, ativistas projetaram imagens de Trump ao lado de Epstein nas paredes externas do Castelo de Windsor, em um ato de protesto contra os vínculos entre figuras públicas e o financista condenado.

As projeções, visíveis durante a noite, incluíam também frases como “Eles sabiam” e “Justiça para as vítimas”, chamando atenção internacional para o legado de impunidade que ainda cerca o caso Epstein.

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