A voluntária da Cruz Vermelha da Espanha Luna Reyes, de 20 anos, sofreu ataques online depois de uma foto em que aparece abraçando um imigrante senegalês viralizou na internet. Reyes foi obrigada a tornar privadas suas contas nas redes sociais, após ataques de simpatizantes do partido de extrema direita Vox, da Espanha, além de outros internautas indignados com a chegada de 8 mil imigrantes em Ceuta, no norte da África.
A Cruz Vermelha homenageou a voluntária.
“Eles viram que meu namorado era negro, não paravam de me insultar e dizer coisas horríveis e racistas para mim”, disse a jovem de 20 anos, que é voluntária na Cruz Vermelha desde março, ao canal de televisão espanhol RTVE.
Mas ao mesmo tempo em que a voluntária era atacada e sua foto viralizava na internet, ela também recebeu muitas mensagens elogiando o abraço − de artistas da TV espanhola e de altos funcionários do Governo −, o que levou a hashtag #GraciasLuna aos trending topics na Espanha.
Luna Reyes até minimizou o gesto, descrevendo a ação de abraçar alguém necessitado como “a coisa mais normal do mundo”. Ela não perguntou o nome do imigrante, mas viu que ele lutava contra a exaustão e lhe deu água. “Ele estava chorando, eu estendi minha mão e ele me abraçou e depois se agarrou a mim. Esse abraço foi sua tábua de salvação”, disse Luna, que depois do abraço não encontrou mais o homem.
Imigrantes fogem do Marrocos em busca de oportunidades
A chegada de milhares de imigrantes desde o início da semana ao enclave espanhol de Ceuta, no norte de Marrocos, tem causado sentimentos diversos na população local. O território é a única passagem terrestre, ao lado de Mellila, do continente africano para o europeu.
Imagens de milhares de pessoas nadando na fronteira com o Marrocos foram destaque em todo o mundo. A maioria é jovem e imigrou na esperança de encontrar trabalho e escapar da pobreza, do desemprego e da fome no Marrocos.
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