Diga a rede social que acessa e dirão quem você é, ou ao menos como consome notícias. É o que mostram os dados do último Relatório de Mídia Digital do Instituto Reuters da Universidade de Oxford sobre como usuários de Facebook, Instagram e outros estão se informando nestes ambientes virtuais.
Ao analisar o público mais jovem (abaixo de 45 anos) destaca-se a ascensão de influenciadores e celebridades no papel de jornalistas. Quanto mais “jovem” for a rede social, maior é a fatia de usuários que busca conteúdo nestes canais não tradicionais de informação.
A mídia tradicional tem presença, mas inferior à concorrência. Ao examinar o TikTok, rede com o público mais jovem atualmente, os pesquisadores descobriram que influenciadores e celebridades são o foco de 36% dos usuários em busca de informação, enquanto grandes publicações e jornalistas são referência para 14%.
Uma característica ressaltada pelo levantamento é o perfil dessas notícias. Aparentemente quanto mais jovem for o ambiente, menos sucesso faz o conteúdo “hard news” (política, economia).
“Respostas abertas sugerem que muitas das notícias que circulam no Instagram, Snapchat e TikTok estão relacionadas a assuntos como saúde, moda e sexualidade, em oposição a tópicos mais "tradicionais". [...] Os influenciadores costumam ter opiniões fortes sobre esses tópicos e costumam criticar a mídia por sua percepção de tratamento injusto para com mulheres ou indivíduos LGBTQ”, afirma o relatório.
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Onde os “cringes” se informam
Os "clássicos" Facebook e Twitter hoje têm uma fatia de usuários mais velhos, acima de 45 anos. Já Snapchat e TikTok têm uma audiência abaixo de 30 anos, em geral.
Se a tiração de onda da geração Z com os millennials, um trending topic da última semana, fosse resumida a qual rede social o usuário prefere, os “cringes” (apelido dados pelos Z às pessoas da geração imediatamente anterior) estariam em Facebook, Twitter e YouTube.
Ainda sobre faixas etárias, o relatório Reuters aponta que o TikTok agora atinge um quarto (24%) dos menores de 35 anos no mundo, com 7% destes usuários usando a plataforma de notícias do aplicativo, principalmente na América Latina e na Ásia.
Os principais meios de comunicação ganham mais atenção da audiência que usa Twitter (31% dos usuários) e no Facebook (28%), ficando à frente de políticos, fontes de notícias alternativas ou outros influenciadores.
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“Redes mais novas voltadas para a juventude representam um desafio significativo para a mídia convencional. As notícias são em grande parte incidentais e as expectativas de conteúdo rápido, visual e divertido nem sempre ocorrem naturalmente nas redações compostas por jornalistas mais velhos com foco em formatos tradicionais.” Assim a publicação que retrata a mídia digital atual faz uma consideração às publicações.
No Brasil há um recorte particular, que traz um desafio extra. Os brasileiros acessam rotineiramente notícias em quatro ou cinco redes distintas, usando-as para finalidades “sutilmente diferentes”.
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