A carne é fraca e o anúncio é forte. É o que demonstra o caso da russa Ksenia Ovchinnikova, que entrou com processo em Moscou contra o McDonald’s, alegando que um anúncio da rede a fez quebrar seu jejum de carne durante a Quaresma, período em que cristãos aguardam pela Páscoa.
Ksenia, que é cristã ortodoxa, contou na reclamação judicial que ao ver o anúncio ficou “ensanduichada” entre o desejo de um suculento cheeseburger e suas convicções religiosas. Não resistiu e entregou-se aos prazeres da carne.
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Sem perdoar a quem ela alega tê-la ofendido, Ksenia entrou com processo contra a rede, afirmando que o anúncio tentador não permitiu que fosse feita a sua vontade de manter o jejum. Ela pede 1.000 rublos de indenização (aproximadamente R$ 71).
A ação se tornou pública esta semana, noticiada pela assessoria de imprensa do tribunal de Zamoskvoretsky, de Moscou.
Tentação surgiu em caminhada pela rua
O caso tem um molho especial porque Ksenia alega que havia 16 anos que não comia carne durante a Quaresma. A revolução em suas convicções aconteceu enquanto caminhava pela Avenida Karl Marx, em Omsk, em abril de 2019.
Na ocasião, ela se deparou com um anúncio de um cheeseburger acompanhado de McNuggets que lhe deu uma vontade irresistível de voltar a comer carne, apesar do período religioso proibitivo.
Na petição, a autora diz que não conseguiu resistir ao apelo da publicidade, que a fez cobiçar o produto da loja mais próxima:
“Na ocasião, me mantinha em jejum de carne havia cerca de um mês, quando vi o anúncio e não consegui me conter. Entrei no McDonald’s e comprei o cheeseburger. Vejo o caso como uma violação da lei de defesa do consumidor. Pedi ao tribunal para investigar e, se julgar que a violação ocorreu, obrigar a empresa a me indenizar por danos morais no valor de 1.000 rublos”.
Ainda há tempo para o perdão
Em contraste com o forte apelo do anúncio, a assessoria do tribunal informou que a reclamação até agora não progrediu devido a deficiências na redação da petição. Mas informou que a consumidora arrependida ainda tem tempo para fazer as correções.
O próximo passo será uma audiência preliminar, cuja data ainda não foi marcada. Ainda há tempo para que as partes perdoem umas às outras.
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