O jornalista e escritor Alex Berenson, ativista antivacina nos Estados Unidos (EUA), virou mais um alvo da cultura do cancelamento. Ele foi banido do Twitter nesta segunda-feira (30/8).
No seu perfil havia uma mensagem fixada contra a obrigatoriedade de vacinação afirmando que as vacinas contra a Covid-19 são “na melhor das hipóteses um terapêutico com janela limitada de eficácia”
Um porta-voz do Twitter confirmou que a conta de Berenson foi permanentemente suspensa por “violações repetidas de nossas regras de desinformação Covid-19”. Na plataforma de textos Substack, o jornalista afirmou que estuda ações legais e pretende tomar uma decisão “rapidamente”.
Leia também
“O homem mais equivocado da pandemia”
Berenson trabalhou no New York Times por uma década e ganhou projeção ao ser perfilado pela revista The Atlantic como “o homem mais equivocado da pandemia” (The Pandemic’s Wrongest Man).
“Ainda estou considerando minhas opções legais, incluindo que advogado ou firma contratar. Um processo potencial é complexo e cobriria — no mínimo — questões da Primeira Emenda [da Constituição americana], legislação contratual e legislação sobre drogas / vacinas”, afirma Berenson.
O jornalista agradece a ofertas de doações para financiar um processo contra o Twitter, e alegou que a rede social, ao suspender o perfil de Berenson, “bloqueou links e capturas de tela dos estudos mencionados nos tweets, dificultando a localização de informações vitais de saúde pública”.
Liberdade de expressão
Depois de uma batalha com a Amazon no ano passado, após sua recusa em vender seus livretos anunciando “Verdades não relatadas sobre Covid-19 e lockdowns”, Berenson acusou gigantes da mídia de tentar restringir a liberdade de expressão e sufocar o debate científico.
O jornalista escreveu no Wall Street Journal: “estamos nos deslocando para uma nova era de censura, encorajados por gigantes da tecnologia e empresas de mídia tradicionais. Como alguém que foi falsamente caracterizado como um negacionista do coronavírus, eu vi esta crise em primeira mão.”
Durante os primeiros meses de vacinação em Israel, Berenson afirmou no Twitter que a campanha do país não parecia estar tendo efeito sobre infecções e doenças graves.
Então, à medida que as taxas de infecção por coronavírus começaram a cair drasticamente com o aumento da porcentagem de israelenses vacinados, Berenson mudou seu enfoque da eficácia para a segurança.
Segundo monitoramento da Universidade Johns Hopkins, Israel teve sua média de mortes devido à Covid-19 chegando a zero no mês de julho e agora enfrenta nova alta, com 39 mortes registradas ontem (29/8) e uma média móvel de 23 óbitos.
Leia também
Aparições na Fox News ao lado de Tucker Carlson
Berenson sugeriu, tanto no Twitter quanto na Fox News — onde ele fez aparições frequentes — que a doença e a morte resultantes da vacinação contra o coronavírus estavam sendo encobertas pelas autoridades israelenses.
No programa Tucker Carlson Tonight, apresentado por Tucker Carlson, estrela da Fox e conhecido pelo discurso crítico às medidas de prevenção da Covid-19, Berenson disse, sem apresentar provas, acreditar que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA “tem muito medo de que haja casos de pessoas sendo vacinadas e adoecendo ou morrendo, como aconteceu em Israel”.
Leia também
Estrela conservadora da TV dos EUA grava na Hungria e leva premiê controverso ao horário nobre
Após imagens de avião em Cabul, mídia conservadora dos EUA vê refugiados como “eleitores democratas”