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TikTok anuncia recursos para prevenção de suicídio e amplia conteúdo sobre transtornos alimentares

(Stefan Coders/Pixabay)

O TikTok anunciou nesta terça-feira (14/9) um conjunto de recursos para ajudar os usuários com problemas de saúde mental e pensamentos suicidas, e também expandiu o conteúdo de prevenção a transtornos alimentares. 

Entre as medidas estão guias desenvolvidos em conjunto com entidades especializadas, e uma ferramenta que vai direcionar a serviços de suporte os usuários que pesquisarem a palavra suicídio. 

No Brasil, o guia indica o Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo telefone 188. 

A mudança é uma reação aos questionamentos sobre efeitos do TikTok no bem estar dos usuários, sobretudo depois do caso ocorrido em 2020, quando o filme de um americano cometendo suicídio viralizou na plataforma, alarmando pais de crianças que tiveram acesso às imagens. 

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Meta do TikTok é que usuários considerando suicídio encontrem apoio

O impacto da rede social é cada vez maior. No segundo trimestre deste ano, o TikTok ultrapassou o YouTube nos Estados Unidos (EUA) e Reino Unido em tempo médio de vídeos assistidos por seus usuários, segundo a consultoria App Anne. Em maio, de acordo com o relatório, o usuário médio passava 24,5 horas por mês no TikTok nos EUA e quase 26 horas mensais no Reino Unido. 

No comunicado em que anunciou os novos recursos, a diretora de políticas do TikTok para os Estados Unidos, Tara Wadhwa, disse: 

“Embora não permitamos conteúdo que promova, glorifique ou normalize o suicídio, a automutilação ou os transtornos alimentares, apoiamos as pessoas que optam por compartilhar suas experiências para aumentar a conscientização, ajudar outras pessoas que possam estar lutando e encontrar apoio em nossa comunidade.

É por isso que estamos tomando medidas adicionais para tornar mais fácil para as pessoas encontrarem recursos quando precisam deles no TikTok. “

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Rede social preparou uma campanha com apoio de entidades; assista

Segundo o comunicado, os guias foram desenvolvidos com a orientação da Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio, Crisis Text Line, Live For Tomorrow, Samaritanos de Singapura e Samaritanos do Reino Unido.

Disponíveis na Central de Segurança, eles também vão oferecer dicas para” ajudar os membros da comunidade a se envolverem de forma responsável com alguém que possa estar com dificuldades ou em perigo”, informou o TikTok. 

Na abertura, do guia, o texto diz: 

TikTok é uma comunidade positiva e solidária. Esperamos que as danças, canções, animais fofos, cenários e comédias possam trazer felicidade às pessoas em nossa plataforma.

Mas, às vezes, a solidão e o estresse são difíceis de evitar. Se você ou alguém que você conhece está passando por momentos difíceis ou pensando em se machucar, queremos que saiba que estamos aqui para ajudar.

Além disso, o TikTok está fazendo uma campanha desenvolvida com apoio das entidades, que começou no dia 10 de setembro e fica no ar até o dia 16. O vídeo admite que dificuldades podem acontecer na vida, e recomenda a busca de ajuda. 

Entre os casos mais recentes de tiktokers que cometeram suicídio está o de Caitlyn Loane, uma agricultora da Austrália que tinha dezenas de milhares de seguidores no aplicativo de mídia social, graças a vídeos divertidos que documentavam seu trabalho diário em uma fazenda na Tasmânia.

Em julho, a estrela de TikTok  suicidou-se aos 19 anos, poucos dias depois de postar um vídeo assustador.

TikTok disponibilizou recursos de ajuda contra transtornos alimentares

No início deste ano, a plataforma já tinha lançado ferramentas para oferecer suporte a usuários com distúrbios alimentares.

Segundo o TikTok, quando um usuário pesquisa termos relacionados ao assunto, é direcionado a recursos de apoio. A empresa também introduziu anúncios em certas hashtags, como #whatIeatinaday, para aumentar a conscientização sobre o problema. 

No comunicado desta terça-feira, a companhia informou que o novo guia disponível na Central de Segurança sobre transtornos alimentares, voltado para adolescentes, cuidadores e educadores, foi desenvolvido em conjunto com especialistas independentes, incluindo a National Eating Disorders Association (NEDA), National Eating Disorder Information Center, Butterfly Foundation e Bodywhys. 

“Nos Estados Unidos, 30 milhões de americanos terão um transtorno alimentar em algum momento de suas vidas. A National Eating Disorders Association (NEDA) elogia a TikTok por continuar a encontrar maneiras de apoiar sua comunidade e conscientizar sobre essas doenças graves, mas tratáveis.” disse Elizabeth Thompson, CEO interina da NEDA.

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Vídeo de suicídio viralizou e se tornou parte de ataque coordenado

A associação do TikTok a riscos de problemas mentais se intensificou depois que o vídeo de um americano cometendo suicídio veiculado originalmente no Facebook se tornou viral na plataforma, em setembro de 2020. 

Ao depor em um comitê parlamentar britânico, um executivo da empresa disse na época ter encontrado evidências de um “ataque coordenado”.

O incidente levantou preocupações sobre a capacidade da plataforma de impedir que conteúdo prejudicial chegue a seus usuários, muitos dos quais são adolescentes.

Theo Bertram, diretor europeu de políticas públicas da TikTok, disse que houve um grande aumento no número de clipes enviados ao TikTok cerca de uma semana depois que o vídeo original foi transmitido ao vivo no Facebook.

“Por meio de nossas investigações, descobrimos que grupos que operam na dark web fizeram planos para invadir plataformas de rede social, incluindo o TikTok, a fim de espalhar o vídeo.

A dark web é uma parte da internet acessível apenas por meio de navegadores que fornecem anonimato.

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Os usuários estavam “emendando, editando e cortando de maneiras diferentes” e, em seguida, criando novas contas para ajudar a divulgá-lo, disse ele.

Os usuários do TikTok geralmente procuram em seu próprio feed ou usam hashtags para encontrar vídeos.

Esses usuários clicaram em perfis de contas, aparentemente antecipando que postariam o clipe de suicídio, que é uma forma incomum de encontrar vídeos, disse Bertram. 

A empresa disse ter escrito a nove outras plataformas de tecnologia propondo que avisassem uns aos outros sobre conteúdo violento  em seus próprios serviços.

Em maio deste ano, um adolescente paquistanês morreu depois que uma perigosa brincadeira acabou em tragédia.  

O jovem, de 19 anos, fez com que seus amigos o filmassem enquanto ele fingia se matar apontando uma arma para sua cabeça. Pensando que a pistola não estava carregada, ele puxou o gatilho, e morreu instantaneamente, confirmaram autoridades.

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