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Instituto Reuters lança programa de intercâmbio para apoiar jornalismo ambiental

Mudanças climáticas

(Niekverlaan/Pixabay)

O Instituto Reuters para Estudos do Jornalismo acaba de lançar uma iniciativa para ajudar jornalistas e organizações de mídia a transformarem sua cobertura sobre a crise da mudança climática. 

A Oxford Climate Journalism Network é composta por um conjunto de ações que incluem intercâmbio profissional, bolsas para desenvolvimento de projetos, cursos de capacitação e acesso facilitado a especialistas em clima. 

O projeto é apresentado como uma oportunidade  para jornalistas e organizações de mídia fortalecerem suas competências para cobrir as mudanças climáticas, não apenas como um tópico isolado, mas como algo compartilhado com outros aspectos da vida e da sociedade.

Ao fornecer acesso exclusivo a especialistas, promover fóruns profissionais para troca de ideias e conectar os profissionais com cientistas e pesquisas relevantes, a rede ajudará repórteres e editores a refletirem sobre as questões profissionais, organizacionais e éticas que o jornalismo enfrenta na cobertura climática. 

Rede vai conectar jornalistas de todo o mundo para informar sobre a mudança climática

O foco da rede não está em reportagens individuais, segundo o instituto, e sim em uma abordagem ampla da questão, conforme explica Rasmus Nielsen, diretor do Instituto:

“A Oxford Climate Journalism Network ajudará jornalistas de todo o mundo a desenvolverem habilidades e conexões de que precisam para produzir a cobertura climática de que todos precisamos para compreender e enfrentar a crise.”

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A iniciativa conta com uma dotação de  £ 477,1 mil (R$ 3,6 milhões) para as atividades do primeiro ano, oferecida pela European Climate Foundation, organização filantrópica dedicada a responder à crise da mudança climática global.

A diretora de comunicação estratégica da organização, Eva-Maria McCormack, diz que o patrocínio busca ressaltar a importância do jornalismo climático:

“Para que a mídia de notícias cumpra seu papel de guardiã do debate público e de fiscalizadora dos poderosos, o jornalismo climático deve sair dos nichos da ciência e da cobertura de desastres para o centro da reportagem.”

Inscrições para o primeiro curso online estão abertas

Entre as iniciativas previstas estão cursos online para jornalistas, programas de liderança para editores e diretores de redações, bolsas de estudo para jornalistas em meio de carreira e apoio à pesquisa acadêmica original para identificar como as pessoas acessam as notícias sobre mudança climática em diferentes países.

As inscrições para o primeiro curso online já estão abertas , até o dia 15 de novembro, a jornalistas ativos, empregados ou freelances, mediante a apresentação de uma carta de apresentação de seu veículo. Os alunos devem se comprometer a participar de um determinado número de workshops e sessões por ano.

World News Day chamou atenção para o papel da mídia na mudança climática

Em outra frente de abordagem da mudança climática este ano, o World News Day, evento mundial de imprensa, escolheu como tema a contribuição da mídia para a solução desse problema global.

Foram cerca de 460 veículos jornalísticos de todo o mundo destacando a importância do jornalismo profissional para cobrar responsabilidades e conscientizar a sociedade sobre o tema. 

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O combate à desinformação também foi foco do evento, como parte essencial da missão da imprensa para destacar a importância do clima e a necessidade urgente de engajamento.

O idealizador do World News Day, David Walmsley, editor-chefe do Globe and Mail, fala sobre o objetivo da iniciativa:

“Em vez de polarização, o jornalismo baseado em fatos oferece algo muito mais precioso. Oferece soluções. E essa é a intenção do World News Day — mostrar ao nosso público o que o jornalismo está fazendo para atender às suas demandas.”

Maioria dos jovens vê futuro “assustador” com mudança climática, aponta pesquisa global

Um dos desafios da imprensa é reverter percepções que podem causar insegurança ou até desestimular ações individuais capazes de mitigar os efeitos das mudanças climáticas, sobretudo entre as novas gerações. 

Um estudo feito pela Universidade de Bath, no Reino Unido, com  jovens de dez países revelou que para 75% dos entrevistados “o futuro é assustador”.

Os jovens do Brasil estão entre as maiores vítimas da “ecoansiedade” e revelaram-se os mais críticos quanto ao papel do governo.

O governo brasileiro foi o pior avaliado em todos os oito quesitos pesquisados, e os jovens brasileiros foram os que se mostraram mais hesitantes em ter filhos, temendo as consequências do aquecimento global sobre suas vidas. 

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Os jovens brasileiros foram também os mais críticos quanto à avaliação da ação de seu governo para proteger o planeta e as futuras gerações e quanto à atuação na questão das mudanças climáticas de forma alinhada com a ciência.

Apenas 22% dos adolescentes e jovens brasileiros acha seu governo confiável e somente um em cada cinco acha que seus governantes estejam atuando de forma adequada para evitar a catástrofe.

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