Londres – A Global Investigative Journalism Network (GIJN) promove no dia 14 de dezembro um webinar com um dos ganhadores do Prรชmio Nobel da Paz de 2021, Dmitry Muratov, editor-chefe do Novaya Gazeta da Rรบssia. Ele falarรก sobre o desafio de praticar jornalismo independente diante de ameaรงas crescentes em seu paรญs e no mundo.
O encontro serรก ร s 11h (horรกrio de Brasรญlia), com traduรงรฃo simultรขnea para inglรชs, russo, รกrabe e francรชs. Os participantes poderรฃo enviar perguntas.
A conversa serรก moderada pelo diretor-executivo da GIJN, David E.Kaplan, e pela diretora-adjunta, Gabriela Manuli. As inscriรงรตes podem ser feitas aqui.
A GIJN vem documentado o que chama de “crise existencial para a democracia e seu componente essencial, uma imprensa fiscalizadora independente”.
“Jornalistas estรฃo sendo processados, presos ou mortos e enfrentam vigilรขncia digital e assรฉdio, e a enxurrada de informaรงรตes incorretas mina a confianรงa do pรบblico em seu trabalho.”
A Rรบssia estรก entre os paรญses onde a situaรงรฃo รฉ mais crรญtica.
O editor nรฃo foi enquadrado na lei do agente estrangeiro, mas o presidente Vladimir Putin mandou um recado apรณs a notรญcia do Nobel afirmando que nรฃo haveria motivo para tal “desde que Muratov nรฃo viole a lei. “
Mas no dia 18 de novembro, ambos foram multados por nรฃo rotularem adequadamente os “agentes estrangeiros” mencionados em suas reportagens.
O russo Dmitry Andreyevich Muratov vem defendendo por dรฉcadas a liberdade de expressรฃo na Rรบssia em condiรงรตes cada vez mais desafiadoras. Em 1993 ele foi um dos fundadores do Novaja Gazeta, que se transformou no principal exemplo de jornalismo independente do paรญs.
O jornal tenta sobreviver em um ambiente de ameaรงas cada vez maiores, com uma atitude crรญtica em relaรงรฃo ao poder. Por isso, segundo a GIJN, tornou-se uma importante fonte de informaรงรฃo sobre aspectos censurรกveis โโda sociedade russa raramente mencionados por outros meios de comunicaรงรฃo.
O jornal รฉ conhecido por suas investigaรงรตes sobre corrupรงรฃo, abusos de direitos humanos, fraude eleitoral e violรชncia policial em um paรญs onde muitos veรญculos de notรญcias foram forรงados a fechar ou comprometer seu trabalho editorial.
Desde 2000, pelo menos cinco jornalistas da Novaya Gazeta foram mortos, entre eles a jornalista Anna Politkovskaya, que escreveu matรฉrias sobre a guerra na Chechรชnia.
Ele dedicou o prรชmio aos jornalistas mortos do jornal Noraya Gazeta. Mas apesar das mortes e ameaรงas, o editor-chefe se recusou a abandonar a polรญtica independente do jornal.
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